A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) constatou motivos para recomendar, mesmo sem evidências de deficiência, a vitamina D dos 0 aos 18 anos de idade
A vitamina D tem um papel muito importante na saúde geral do corpo – e, recentemente, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) mudou diretrizes relacionadas à suplementação em crianças e adolescentes. Agora, recomenda-se a suplementação dos 0 aos 18 anos de idade, mesmo sem dosá-la para possível deficiência. Entenda abaixo:
Sociedade médica muda diretriz sobre vitamina D para crianças
Em uma diretriz publicada no fim de 2024, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) mudou a recomendação sobre suplementação de vitamina D em crianças e adolescentes. Anteriormente, recomendava-se a suplementação apenas até o primeiro ano de vida, mas agora ela é mais abrangente devido a uma série de fatores.
Em entrevista ao veículo “O Globo”, Crésio Aragão Dantas Alves, presidente do Departamento Científico de Endocrinologia da SBP e um dos autores da nova diretriz, explicou a que se deve a mudança. Segundo ele, houve a constatação de que crianças e adolescentes estão produzindo cada vez menos vitamina D.
Conforme explicou, um dos principais motivos para que isso aconteça é a frequência baixa com que pessoas nessa faixa etária estão se expondo à luz natural. Essa exposição é essencial para que haja a conversão de um composto da pele em uma forma “primitiva” da vitamina D. Ela é posteriormente metabolizada pelo fígado e pelos rins, resultando em uma substância que pode ser usada pelo corpo.
Outra razão, de acordo com o especialista, está na dieta. Alimentos ricos em vitamina D, conforme explicou, não estão mais tão amplamente presentes na dieta de pessoas nessa faixa etária. Ao falar do assunto, ele listou alimentos como fígado de boi, óleo de fígado de bacalhau e peixes gordurosos.
Vitamina D para crianças e jovens: qual é a recomendação?
A atual recomendação da SBP quanto à suplementação de vitamina D é que ela seja feita em toda criança e adolescente de 1 a 18 anos. Isso vale inclusive para crianças e jovens saudáveis, sem fatores de risco, e serve, segundo a resolução, para prevenir raquitismo nutricional e possivelmente reduzir os riscos de infecções respiratórias.
Quanto à dosagem, recomenda-se 400 UI ao dia para crianças com menos de um ano, e 600 UI por dia para crianças e jovens entre 1 e 18 anos. Em casos de crianças e jovens com fatores de risco para falta de vitamina D, a recomendação fica entre 1200 e 1800 UI ao dia, a depender de exames para estabelecer a dose correta.
Segundo a SBP, esse último grupo inclui crianças e jovens que:
- Levam uma dieta estritamente vegetariana;
- Têm obesidade;
- Têm problemas hepáticos e/ou renais;
- Sofrem com má absorção intestinal (por fatores como doença celíaca, doença inflamatória intestinal, entre outros);
- Usam determinados medicamentos como anticonvulsivantes, corticoides, entre outros.
Recomenda-se, porém, que pais e responsáveis busquem um médico endocrinologista para avaliar essa situação em especial.