O vírus Nipah pode gerar um quadro neurológico grave – mas, afinal, ele é uma preocupação para o Brasil?
Listado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como um vírus de alto potencial epidêmico, o vírus Nipah tem gerado alertas na Índia. Descoberto em 1999, ele provoca surtos praticamente anuais no país e, após a morte de um adolescente, autoridades de saúde orientaram moradores de uma região específica a tomar precauções.
Entenda o vírus Nipah, conheça seus sintomas e saiba como é a transmissão.
Vírus Nipah: situação atual
Em meio a mais um surto do vírus na Índia, um garoto de 14 anos morreu um dia após a infecção pelo vírus Nipah. O caso, que aconteceu em Kerala, inspira preocupação nas autoridades, que estão monitorando 200 pessoas que fizeram contato com o jovem. O grupo está em isolamento e, nele, há 60 pessoas com alto risco de ter o diagnóstico.
A princípio, autoridades de saúde orientaram a população local a usar máscaras ao circular por áreas públicas. Além disso, há ainda a recomendação de que não visitem pessoas em hospitais, para prevenir infecções.
Segundo a OMS, o vírus Nipah foi descoberto em 1999 na Malásia, e após o primeiro surto, não houve mais nenhum no país. Mais adiante, em 2001, ele foi identificado em Bangladesh e, desde então, há surtos anuais da doença no país, bem como na Índia, onde ele é periodicamente identificado.
Outras regiões com possível risco de infecção pelo vírus são Camboja, Gana, Indonésia, Madagascar, Filipinas e Tailândia. Ainda não há, no Brasil, qualquer preocupação com o vírus, mas é indicado que pessoas que visitaram ou pretendem visitar esses países se protejam e se atentem a sintomas.
O que é o vírus Nipah
O vírus Nipah é uma zoonose, ou seja, uma doença transmitida de animais para humanos. Ela é natural de morcegos frugívoros, que não manifestam a doença – ao contrário, por exemplo, de animais como porcos. Além disso, a transmissão também pode se dar por alimentos contaminados e de pessoa para pessoa.
Esse vírus causa uma doença que pode ser assintomática ou marcada por um quadro respiratório ou neurológico. Em quadros graves, ele causa uma encefalite (inflamação no cérebro) fatal. A taxa de mortalidade do vírus fica entre 40% e 75% dependendo do local onde o surto acontece.
Não há, atualmente, vacina ou tratamento para o vírus Nipah. Devido à gravidade da doença e seu alto potencial epidêmico, a OMS alerta para a necessidade de estudá-la com mais afinco. O período de incubação do vírus varia entre 4 e 14 dias, mas casos de incubação por 45 dias já foram reportados.
Sintomas e complicações
Os sintomas iniciais da infecção por vírus Nipah incluem:
- Febre;
- Dor de cabeça;
- Dor muscular;
- Irritação na garganta;
- Vômito;
- Tontura;
- Alterações de consciência.
O quadro da doença pode ser assintomático ou começar pelas vias respiratórias. As complicações variam entre pneumonia grave e encefalite potencialmente fatal. Em casos assim, o paciente tende a entrar em coma de 24 a 48 horas após a manifestação inicial da doença.
É possível sobreviver à infecção, mesmo em quadros graves. Isso porque a encefalite pode ser tratada, e parte dos pacientes consegue se recuperar sem sequelas. Como não existe tratamento para a infecção em si, o protocolo inclui acompanhar pacientes que contraem o vírus para amenizar seus sintomas.
