Entenda se o vape pode matar e quais os riscos de utilizar cigarros eletrônicos
Conhecido por aparições televisivas, o ator britânico Paul Danan morreu recentemente aos 46 anos de idade. A causa da morte do famoso não foi revelada – mas, pouco antes do óbito, ele viveu momentos muito difíceis em meio a um quadro de saúde desafiador causado pelo uso de cigarros eletrônicos. Entenda a possível relação abaixo:
Ator morre aos 46 anos pouco após complicação por uso de vape
Usando as redes sociais, o empresário do ator Paul Danan, de apenas 46 anos, revelou a morte do ator. “É com pesar no coração que compartilho a notícia trágica da morte de Paul Danan, com apenas 46 anos. Conhecido por sua presença televisiva, seu talento excepcional e sua gentileza extrema, Paul foi um farol para muitas pessoas. Sua partida vai deixar um vácuo”, declarou o profissional.
Tudo aconteceu, inclusive, pouquíssimo tempo após Paul revelar uma luta contra o vício nos chamados vapes ou cigarros eletrônicos. Recentemente, conforme o próprio ator contou, ele chegou a ser internado em estado grave devido, segundo profissionais que o atenderam, o uso dos dispositivos.
“Estava subindo as escadas usando meu vape, aí perdi o ar e desmaiei. Fui intubado na UTI, acabei com pneumonia. Minha médica foi dura comigo: ela disse que eu corria risco de ficar preso a um tanque de oxigênio para sempre se voltasse a fumar”, declarou ele na época.
Vape pode matar?
Não há, a princípio, conhecimento sobre uma relação entre a morte de Paul Danan e o uso de vape. A forma como o relato sobre a internação pelo uso de cigarros eletrônicos é recente, porém, levanta suspeitas – e, segundo especialistas, o impacto desses dispositivos na saúde pode ser realmente devastador.
Segundo o médico Humberto Bogossian, médico pneumologista do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, o principal risco conhecido é um quadro chamado EVALI. Essa sigla se traduz para “E-cigarette or Vaping Product Use-Associated Lung Injury” e remete a um quadro de pneumonia que não é nem bacteriana, nem viral, mas sim inflamatória.
Essa condição teve sua primeira manifestação diagnosticada em 2019. Desde então, tanto o CDC (Centro de Contorle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos) quanto a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) já alertaram o público sobre os perigos. Isso aconteceu após o registro de milhares de hospitalizações e até óbitos derivados da doença.
Esse quadro, de acordo com o médico, gera sintomas como tosse, falta de ar, febre, dor no peito e mais sintomas. Ele pode ser fatal a depender das condições do sistema respiratório, do estado clínico geral do paciente, da presença de outras doenças que enfraquecem as defesas do corpo, entre outros fatores.
Mais riscos do uso de vape
Além disso, de acordo com o pneumologista Alfredo Leite, do Hospital Santa Joana Recife, o vape pode aumentar a fragilidade do sistema respiratório. Isso pode tornar mais frequente a necessidade de se utilizar remédios e acionar o serviço de saúde para complicações. Segundo Bogossian, há ainda a suspeia de que usar o vape diminui a imunidade local dos pulmões.
Isso, apesar de não comprovado, tem potencial para agravar outros quadros de saúde que não necessariamente envolvem o sistema respiratório. A fragilidade dos pulmões os torna “alvos fáceis”, algo que pode aumentar o impacto de infecções por vírus e bactérias. Isso já acontece com o cigarro convencional – e, segundo especialistas, pode se confirmar como um cenário relacionado ao vape também.
Outras questões problemáticas do vape são:
- Apelo maior para crianças e adolescentes (devido à facilidade de obter e às fragrâncias agradáveis);
- Maior possibilidade de fumar em qualquer local, sem necessidade de deslocamento como no caso do cigarro comum;
- Maior dificuldade de abandonar o uso.