Esgrimista brasileira disputou as Olimpíadas dias após diagnóstico de tumor no sacro: entenda o quadro

por | jul 29, 2024 | Saúde

O tumor no sacro descoberto pela atleta é benigno, mas requer tratamento mesmo não sendo câncer – e, devido ao problema, ela competiu mesmo com dor extrema

Pouco antes de seu primeiro combate nas Olimpíadas de Paris, a esgrimista Nathalie Moellhausen foi surpreendida por um diagnóstico difícil. Após sentir fortes dores em uma competição no início de 2024, ela passou a investigar um tumor no sacro, osso localizado na base da coluna vertebra – e até alguns dias antes dos Jogos Olímpicos, não conseguia nem sequer andar.

Entenda a condição da atleta e saiba mais sobre o quadro.

Esgrimista revela tumor benigno no sacro

Nathalie Moellhausen, esgrimista brasileira (Crédito: Gaspar Nobrega/COB)
Nathalie Moellhausen, esgrimista brasileira (Crédito: Gaspar Nobrega/COB)

Em entrevista ao “Fantástico”, Nathalie Moellhausen, esgrimista brasileira, revelou recentemente o diagnóstico de um tumor benigno no sacro. A atleta começou a investigar um problema no sacro, osso no final da coluna, em fevereiro de 2024, e recebeu o diagnóstico apenas quatro dias antes de sua estreia nas Olimpíadas.

Ela afirmou que, até pouco antes do grande dia, nem sequer conseguia andar, e que o combate foi difícil. “Senti já que não conseguia ver, não conseguia sentir meu corpo se mexer. Eu sabia que eu tinha no máximo direito a cinco minutos, e a ideia de não tentar ir até o final não era possível”, declarou ela na entrevista.

tumor no sacro
Nathalie Moellhausen, atleta brasileira de esgrima (Crédito: Reprodução/Globo)

Segundo ela, participar das Olimpíadas de Paris era um sonho após uma temporada de vitórias no esporte. Nathalie, que chegou a ser a 4ª melhor do mundo no esporte, se emocionou ao falar sobre a situação. “Acho que a gente fez, sim, um milagre, [com] três dias para eu estar de pé”, afirmou a estrela do esgrima.

Agora, Nathalie fará uma cirurgia para remover o tumor benigno, e não sabe quando ou sequer se voltará à vida de atleta. “É uma cirurgia muito importante, vai me parar o corpo – dependendo da recuperação – durante um mês”, revelou.

Tumor no sacro: o que é

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O diagnóstico de Nathalie aconteceu quatro dias antes da estreia dela nas Olimpíadas de Paris (Crédito: Reprodução/Globo)

Um tumor é uma massa anormal de células que pode surgir em praticamente qualquer estrutura ou parte do corpo. Quando o tumor é maligno, suas células têm capacidade de se infiltrar em outros tecidos, se espalhar e gerar metástases. Já quando o tumor é benigno, suas células são parecidas com as que o originaram, e elas geralmente não têm essa capacidade invasiva.

Sendo assim, um tumor benigno não é cancerígeno, mas isso não significa que ele não pode gerar complicações de saúde. Segundo um artigo sobre tumores sacrais publicado no periódico científico “Neurosurgical Focus”, esses crescimentos podem aumentar muito de tamanho com o passar do tempo e, com isso, gerar sintomas agudos.

Há diversos tipos de tumores sacrais benignos, conforme aponta o artigo. Em adultos, algumas das possibilidades são:

  • Cisto ósseo aneurismático;
  • Tumor de células gigantes (TGC);
  • Osteoma osteoide;
  • Schwannoma intra-sacral gigante.

Sintomas de tumor no sacro

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A atleta fará uma cirurgia para retirar o tumor (Crédito: Reprodução/Globo)

Cada um desses tipos de tumor ósseo tem características distintas de composição e comportamento. Muitos casos como o da esgrimista só são descobertos por acaso, mas outros podem causar sintomas como:

  • Dor forte;
  • Dormência na região perineal;
  • Incontinência urinária;
  • Incontinência fecal;
  • Disfunções sexuais.

Tratamento de tumores sacrais

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Esgrimista brasileira teve o diagnóstico de tumor no sacro (Crédito: Reprodução/Globo)

O tratamento de um tumor no sacro depende do tipo, do tamanho e da localização da lesão. Além disso, a ausência ou presença de sintomas também é um fator que se leva em consideração. Alguns tumores sacrais são inoperáveis.

Ainda assim, em geral, tumores sacrais são tratados com cirurgia. Esse procedimento pode ser feito por incisão no abdômen – e, em casos mais raros, na região do períneo. O foco dessas cirurgias é retirar o máximo possível de tecido tumoral e preservar a integridade do osso, especialmente quando o tumor tem origem neural.

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