Faustão diz que faz diálise duas vezes por semana: significa que transplante não funcionou? Entenda

por | ago 20, 2024 | Saúde

Afinal, como está a saúde de Faustão após os transplantes de rim e coração? Entenda abaixo o que pode acontecer em quadros como o dele

Recentemente, ao rebater boatos de que estaria internado, o apresentador Fausto Silva atualizou o estado de saúde. Nos últimos anos, ele fez dois transplantes, um de coração e um de rim, e afirmou que, mesmo hoje, segue fazendo hemodiálises semanais.

Mas, afinal, por que alguns quadros precisam da diálise mesmo após se realizar transplantes para insuficiência cardíaca e doença renal? A Tá Saudável, o médico José Moura Neto, presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia, explica.

Como está a saúde de Faustão

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Apresentador durante uma das internações (Crédito: Reprodução/Globo)

Devido a insuficiência cardíaca e doença renal crônica, o apresentador Faustão passou por dois transplantes de órgãos entre 2023 e 2024. Em agosto do ano passado, ele recebeu um novo coração – e, após a adaptação, fez outro transplante, desta vez de rim, em fevereiro deste ano.

Agora, um ano após o primeiro transplante e seis meses após o segundo, a saúde de Faustão frequentemente é alvo de preocupação pelo público. Após rumores recentes, ele falou ao “Fantástico” (Rede Globo) sobre o quadro, afirmando que não esteve internado, mas sim mantendo em dia o tratamento. Esse tratamento, inclusive, já acontece desde antes dos transplantes.

“Só fui hospitalizado duas vezes: transplante de coração e rim. Vou duas vezes por semana [ao hospital] para fazer diálise. Faz uns cinco anos que vou no Einstein duas vezes por semana fazer diálise”, disse ele, se referindo ao Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Comunicador falou sobre seu estado de saúde (Crédito: Reprodução/Globo)

Por fim, Faustão detalhou o estado de saúde atual de forma otimista. “Nunca fumei, nunca bebi. Não bebo nem licor, nem cerveja. Nunca usei droga – e tive que fazer transplante. Estou com o coração de um atleta de 30 anos. Tenho que cuidar, fazer ginástica, fisioterapia. […] Você recebe uma bênção dessas… Se eu mereci voltar e estou me sentindo muito melhor, tenho uma responsabilidade”, declarou.

Saúde de Faustão: por que fazer hemodiálise após transplantes?

A hemodiálise é um tipo de tratamento que substitui mecanicamente a função renal. Os rins são órgãos filtradores, responsáveis por remover impurezas e substâncias que estão em excesso do sangue. Quando os rins têm dificuldade de exercer essa função, a hemodiálise a executa pelo paciente.

Esse procedimento é usado em quadros de insuficiência renal e doença renal crônica, e é por isso que o apresentador já o realiza há tantos anos. Mas, afinal, por que o procedimento segue sendo usado mesmo após ele receber órgãos novos? Segundo o médico nefrologista José Moura Neto, a resposta está nas particularidades de cada caso.

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Fausto Silva fez dois transplantes, um em 2023 e outro em 2024 (Crédito: Reprodução/Globo)

Diálise periódica não significa que transplante não funcionou

Conforme explica o presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia, um transplante renal não necessariamente é uma cura para a doença renal crônica. “Ele é uma opção de tratamento na fase mais avançada, assim como a diálise”, afirma o especialista, explicando que a hemodiálise é, inclusive, essencial no pós-transplante.

“Principalmente em transplantes com doador falecido, é comum que haja necessidade de diálise nos primeiros dias ou semanas pós-transplante, até que o rim transplantado recupere sua função e o paciente passe a precisar cada vez menos de diálise, até que ela possa ser suspensa”, explica.

O fato do apresentador seguir com a diálise mesmo meses desde o transplante de rim significa que o novo rim do apresentador não funcionou como deveria. Conforme explica o médico, vários fatores interferem na forma como o novo rim funciona no corpo – e nem sempre ele consegue exercer suas funções plenamente.

Fausto Silva (Crédito: Reprodução/Globo)

“Nem sempre o rim transplantado recupera sua função em níveis suficientes para manter o paciente sem necessidade de diálise. O contexto do transplante é complexo e diversos fatores podem contribuir para isso, como intercorrências na cirurgia ou no pós operatório, tempo que o rim doado passa sem receber sangue até ser implantado, infecções, uso de algumas medicações, entre outros”, lista o médico.

O fato de Faustão realizar hemodiálises semanais significa que o transplante não surtiu o efeito esperado, mas não necessariamente que o apresentador teve uma piora no quadro. Vale ressaltar que as particularidades do caso do apresentador não são totalmente conhecidas pelo público geral, e que as explicações aqui descritas são generalizadas para quadros como o dele.

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