ozempic manipulado

Farmácias passarão a reter a receita na compra de “canetas emagrecedoras”: entenda a medida

Atualmente, “canetas emagrecedoras” como Wegovy e Ozempic só poderiam ser vendidas sob apresentação do receituário, mas, na prática, isso não acontece

Em meio à febre das “canetas emagrecedoras” (em sua maioria medicamentos para diabetes com uso off label para obesidade), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de tornar mais rigoroso o controle da compra desses remédios. Agora, pacientes terão de apresentar a receita indicando o uso do medicamento – e o receituário ficará retido na farmácia.

“Canetas emagrecedoras” agora terão receita retida

(Crédito: JOEL SAGET/AFP via Getty Images)

A Anvisa decidiu na última quarta-feira (16) que medicamentos como Ozempic, Wegovy, Saxenda e similares terão retenção da receita médica no momento da compra em farmácias. Atualmente, esses medicamentos são tarja vermelha, o que obriga a apresentação de receita médica para compra. Na prática, porém, é comum que ela não seja exigida.

A partir da publicação dessa atualização no Diário Oficial da União, a medida tem 60 dias para entrar em vigor. Quando isso acontecer, pacientes precisarão da prescrição médica feita em duas vias, e haverá retenção dela nas farmácias assim como acontece com antibióticos. A partir da data de emissão, essas receitas têm prazo de validade de até 90 dias.

remédios para emagrecer
(Crédito: Freepik)

Ainda que, no Brasil, a maior parte desses medicamentos seja aprovada apenas para o auxílio no controle glicêmico, o uso off label – ou seja, diferente do que está na bula – é bastante comum. A medida, inclusive, não altera o direito dos médicos de prescrever os remédios para estes fins, apenas vincula obrigatoriamente o uso das “canetas emagrecedoras” ao acompanhamento especializado.

Anvisa explica nova medida sobre “canetas emagrecedoras”

Segundo a Anvisa, a mudança tem base para acontecer. “Essa medida tem como objetivo proteger a saúde da população brasileira, especialmente porque foi observado um número elevado de eventos adversos relacionados ao uso desses medicamentos fora das indicações aprovadas pela Anvisa”, diz a nota do órgão, afirmando também que os dados brasileiros são mais alarmantes que os globais em comparação.

Mounjaro no Brasil
(Crédito: Divulgação/Eli Lilly)

Ao votar, o diretor-presidente substituto da agência, Rômison Rodrigues Mota, destacou que a ideia não é vetar o uso dos medicamentos, mas sim garantir ao máximo que pacientes estejam fazendo o tratamento sob orientação médica, diminuindo assim o risco de eventos adversos e uso inadequado.

“Estamos falando de medicamentos novos, cujo perfil de segurança a longo prazo ainda não é totalmente conhecido. Por isso, é fundamental o monitoramento e a vigilância. O uso sem avaliação, prescrição e acompanhamento por profissionais habilitados, de acordo com as indicações autorizadas, pode aumentar os riscos e os potenciais danos à saúde”, disse ele.

Veja a nota completa da Anvisa sobre a nova medida clicando aqui.

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