O modo correto de cuidar da vagina divide opiniões. Para algumas mulheres, não precisa de muita coisa, basta água e sabão. Para outras, quanto mais produtos especiíicos, melhor. E, tendo as melhores das intenções, muitas acabam cometendo erros que podem colocar a saúde íntima em risco.
De acordo com a ginecologista Bárbara Murayama, coordenadora da Clínica da Mulher do Hospital 9 de Julho, ao aplicar qualquer produto na vagina, a produção de suor, secreções ou gordura são modificadas, deixando a região em desequilíbrio e facilitando a proliferação descontrolada de micro-organismos, o que pode levar a complicações de saúde como infecções ou agravamentos de doenças.
Excesso de banho pode fazer mal
A limpeza deve ser feita com água e sem excessos. Duchas exageradas, sabonete demais e até mesmo produtos de higiene íntima são completamente dispensáveis. A vagina possui um mecanismo de limpeza própria e não necessita de qualquer outro tipo de cosmético que, em alguns casos, pode causar até alergias.
Veja a seguir produtos que muitas mulheres usam na região e que podem trazer consequências de saúde:
Produtos que não se deve usar na vagina
Cremes depilatórios
Um erro bastante comum é recorrer a cremes depilatórios na hora de se livrar dos pelos e acabar com uma alergia indesejada. Isso acontece porque alguns deles podem conter abrasivos que prejudicam a saúde da vagina e que causam alergias ou até mesmo infecções. Para a região íntima, a depilação com cera ainda é a mais indicada.
Tintura
Tintas para cabelos não devem ser usadas para alterar a coloração dos pelos pubianos. Produtos químicos podem afetar a região com alergias, dores e maiores complicações.
Açúcar
Não há limites para os fetiches e a criatividade, mas é preciso ter cuidado. Passar sorvetes, cremes ou chocolates na região da vagina pode até parecer excitante na hora do sexo, mas saiba que a prática não é recomendada pelos médicos. O açúcar pode mexer com o pH da vagina e causar problemas futuros.
Desodorante e perfumes íntimos
O cheiro da vagina costuma ser uma preocupação bastante usual, por isso muitas mulheres procuram técnicas para combater o “problema”. Porém, devido à falta de informação, a solução encontrada acaba muitas vezes sendo ineficaz e até perigosa, como é o caso do uso do desodorante íntimo.
“Se a vagina estiver saudável, ela produz uma série de secreções, incluindo o suor, e todas têm um odor característico, que é um sinal de saúde”, explica a ginecologista. “Ainda que o desodorante seja hipoalergênico e desenvolvido especificamente para esta parte do corpo feminino, ele acaba modificando o ambiente.”
Glitter
Uma empresa dos Estados Unidos quis inovar nos seus produtos eróticos e lançou uma cápsula que, conforme a fricção sexual, se aquece até se romper e liberar a purpurina com sabor adocicado dentro da vagina.
De imediato, a ideia pode conquistar os mais ousados e curiosos, mas pode ser muito perigosa. Ainda que a empresa garanta que todo o produto saia do corpo posteriormente, médicos chamam atenção para o fato de o glitter ser um produto difícil de ser removido até mesmo de superfícies externas.
Não há garantias concretas de que ele realmente deixe toda a vulva com segurança. Além do mais, as partículas de glitter podem aumentar o atrito na penetração e consequentemente ferir a mucosa vaginal, aumentando, assim, os riscos de dor, infecção, modificação do PH vaginal e piora dos sintomas das DSTs.
Dicas para apimentar sexo
- Técnicas para melhorar sexo oral: bala, gelo e outras dicas picantes
- Do que são feitas as calcinhas comestíveis e as camisinhas com sabor?
- É brinquedo ou vibrador? Produtos não são exatamente o que parecem