Por que as mulheres vivem mais do que os homens

por | jun 30, 2016 | Saúde

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, a expectativa de vida da mulher nascida em 2012 é de 73 anos. Já um homem nascido no mesmo ano deve viver até os 68 anos de idade.

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Independente do país de nascimento, as mulheres tendem a viver mais tempo do que os homens. “Os homens estão biologicamente e sociologicamente em desvantagem desde o momento em que são concebidos até o momento em que morrem”, declarou, em entrevista ao portal do canal americano FOX News, a Dra. Marianne Legato, professora da Faculdade de Médicos e Cirurgiões da Universidade Columbia (Estados Unidos) e fundadora e diretora da Foundation for Gender-Specific Medicine.

A especialista ressalta cinco dados científicos que explicam esse fato:

Fêmeas são mais resistentes no útero – São concebidos 2,5 meninos para cada menina, diz Legato. No entanto, eles são mais suscetíveis a sucumbir à infecção pré-natal e outras complicações no útero. Isso faz com que, no momento do nascimento, a proporção seja perto de 1 para 1. “Eles também demoram mais do que as meninas para se desenvolver fisicamente no período pré-natal, o que significa que têm maior probabilidade de morrer se são prematuros devido ao subdesenvolvimento do pulmão ou cérebro”, explica a professora.

Mulheres tendem a ser menos “atrevidas” – Lesões não intencionais são a 3ª maior causa de morte em homens, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos; para as mulheres, é apenas a 6ª causa. Isso porque o lobo frontal do cérebro – que lida com responsabilidade e cálculo de risco – se desenvolve muito mais tarde em homens do que em mulheres, diz Legato. O resultado: eles frequentemente correm mais riscos. “Quase que inevitavelmente um garoto vai correr riscos que uma garota da mesma idade não correria”, diz.

Mulheres sofrem de doenças do coração mais tarde – Condições cardíacas são a principal causa de morte tanto para homens quanto para mulheres. Porém, eles têm mais chances de desenvolver – e morrer disso – por volta dos 30 ou 40 anos. Elas, por outro lado, desenvolvem doenças do coração 10 anos mais tarde. Mulheres estão protegidas desta condição até a menopausa, devido ao estrogênio, que mantém as artérias fortes e flexíveis, explica Legato.

Mulheres têm redes de amigos mais sólidas – Amigos são um bom remédio: pessoas com conexões sociais fortes têm 50% menos chances de morrer do que aquelas com poucos laços de amizade, segundo um estudo de 2010 da Brigham Young University. “A maioria dos homens tende a segurar o estresse e preocupações perto do peito, enquanto mulheres tendem a externalizar e conversar com outros”, afirma a professora. A única exceção são os homens casados, o que explica por que os estudos mostram que estes tendem a viver mais e ser mais saudáveis.

Mulheres cuidam melhor de si – Há 24% menos chance de um homem ter ido ao médico no último ano do que uma mulher. Além disso, eles são 22% mais propensos a fugir do exame de colesterol, diz a Agência para Pesquisa e Qualidade do Cuidado à Saúde dos Estados Unidos. Na verdade, 28% deles não têm um médico regular, e cerca de 1 em cada 5 não possuía convênio de saúde em 2012, de acordo com a Fundação Kaiser Family. “Os homens geralmente negam as doenças; eles minimizam os sintomas porque não querem ter de ir ao médico e descobrir que algo está errado”, justifica Legato.