Entenda o que é uma ostomia e como o paciente ostomizado faz para eliminar as fezes
Após mais uma cirurgia de tratamento para um câncer colorretal, Preta Gil voltou a ser ostomizada. No passado, ela já havia feito uma ostomia temporária, que foi posteriormente revertida, mas, agora, o processo é definitivo. Mas, afinal, o que é uma ostomia e como vive uma pessoa que passa por esse processo? Entenda abaixo.
Preta Gil fez ostomia definitiva
Em 2023, na primeira cirurgia que fez para remover um tumor colorretal, Preta Gil amputou o reto. Isso significa que a porção final do intestino, logo antes do ânus, foi interrompida devido à retirada do tumor. Assim, o processo de eliminação natural das fezes não poderia acontecer – e, por isso, médicos fizeram uma ostomia.
Alguns meses depois, a ostomia da cantora foi removida, e ela passou por um processo de reabilitação para retomar as funções normais do sistema digestivo e excretor. Agora, porém, ela está em um estágio mais avançado do câncer colorretal, com quatro metástases, e teve de passar por uma nova cirurgia – bem como uma nova ostomia.
“Estou me acostumando com a minha bolsinha de colostomia. Sim, eu tive de colocar uma bolsa de colostomia – dessa vez, definitiva e não provisória como a do ano passado. Dessa vez vou ficar para sempre com essa bolsinha. Sou muito grata a ela por isso! Estou me acostumando”, declarou a cantora ao ressurgir nas redes um mês após a cirurgia.
Ostomia: o que é, indicações e mais
A ostomia é uma abertura “alternativa” na região do abdômen que permite a eliminação de resíduos do sistema digestivo quando ela não pode ocorrer naturalmente. Há mais de um tipo de ostomia, e ela muda de acordo com a região do intestino em que a operação é realizada.
Os tipos de ostomia são:
Colostomia
Redirecionamento de parte do cólon (intestino grosso) para uma abertura na parede abdominal. Nesses casos, a abertura é geralmente feita do lado es
Ileostomia
Abertura no íleo (parte inferior do intestino delgado), permitindo a excreção de fezes mais líquidas, que ainda não passaram pela absorção de água.
Cecostomia
Cirurgia para criar uma abertura no cecô, primeira parte do cólon, onde o intestino delgado e o grosso se conectam.
Sigmoidostomia
Abertura no sigmoide, parte final do cólon, onde ele se conecta ao reto.
Quem precisa de ostomia
A ostomia pode ser necessária em pessoas que, devido a alguma doença ou outra condição de saúde, têm problemas em excretar naturalmente os resíduos intestinais. A ostomia permite que a parte “doente” do intestino seja removida, acabando com o problema. Isso pode acontecer devido a uma série de quadros de saúde, como:
- Câncer colorretal;
- Doença de Crohn;
- Colite ulcerativa;
- Anomalias ou obstruções intestinais;
- Complicações de diverticulite;
- Traumas ou lesões intestinais.
Como vive uma pessoa ostomizada?
O paciente ostomizado tem, literalmente, uma abertura do intestino na barriga. Isso significa que ela não pode ficar descoberta – e, ao contrário do que acontece com o ânus, não existe controle da evacuação. As fezes são liberadas por ali e precisam, portanto, de algo que as retenha. É aqui que entra a bolsa de colostomia, que é acoplada com um adesivo em torno da ostomia e deve ser trocada periodicamente.
A frequência da troca da bolsa varia de acordo com o tipo de ostomia e a quantidade de resíduos. Geralmente, porém, ela é trocada diariamente ou a cada dois dias. Caso haja vazamentos, porém, é preciso trocá-la mesmo que não esteja cheia.
No momento da troca, a região ao redor da ostomia deve ser limpa com água morna e sabão neutro. Também pode ser necessário usar produtos específicos para impedir assaduras e outros desconfortos.
Pacientes ostomizados precisam realizar algumas alterações na rotina para comportar o “novo corpo”. Eles geralmente precisam, por exemplo, se certificar de que os locais que frequentam têm um banheiro confortável por perto. Longas viagens requerem um planejamento maior e, se possível, paradas. Além disso, também pode ser necessário modificar a alimentação e manter o acompanhamento médico regular.
Apesar disso, pessoas ostomizadas podem levar uma vida bastante comum. Elas podem, por exemplo, praticar esportes, ter filhos, viajar e nadar sem problemas, na maior parte dos casos.