
Após a publicação de um estudo que mostra efeitos negativos de corticoides e anti-inflamatórios, como o Ibuprofeno, no tratamento de COVID-19, e na contraindicação de seu uso por órgãos de saúde, a Organização Mundial da Saúde (OMS) voltou atrás em sua recomendação na última quarta-feira (18) e afirmou que não há evidências suficientes que comprovem que o medicamento possa agravar a situação de pacientes infectados com SARS-Cov-2, o novo coronavírus.
OMS retira alerta contra Ibuprofeno
Ainda sem tratamento específico, o COVID-19 tem sido tratado com medicamentos que aliviam os sintomas da doença – como tosse e febre. Porém, recentemente, o ministro da Saúde francês, Olivier Véran, fez um alerta contra corticoides e medicamentos anti-inflamatórios, como o Ibuprofeno, neste processo.
A fala do ministro se baseia em um estudo divulgado pelo periódico científico “The Lancet”, que afirma que tais medicamentos têm interação negativa com o coronavírus por aumentar a concentração de uma enzima específica e, consequentemente, ajudar o vírus a ligar-se às células-alvo, prolongando a permanência dele no corpo.

Diante disso, a OMS chegou a emitir um alerta contra o uso de Ibuprofeno em casos de febre e dor causados pelo novo coronavírus, afirmando que seria mais indicado utilizar Paracetamol. Alguns dias depois, no entanto, o órgão recuou da decisão e, em nota publicada no perfil oficial do Twitter, afirmou ter revisado a literatura sobre o medicamento, afirmando não haver riscos nem contraindicações. Leia o comunicado na íntegra:
” A OMS está ciente das preocupações acerca do uso de Ibuprofeno para o tratamento de febre em pessoas com COVID-19. Nós estamos consultando médicos que estão tratando os pacientes e não estão cientes de registros e efeitos negativos além dos usuais, que limitam o uso [do remédio] em algumas populações.
No presente momento, baseada em informações disponíveis até agora, a OMS não contraindica o uso do Ibuprofeno. A OMS não está ciente de dados clínicos ou de base populacional sobre este tópico“.

O que diz o Ministério da Saúde
A última recomendação emitida pelo Ministério da Saúde do Brasil sobre o assunto, na manhã desta quinta-feira (19), segue a recomendação de substituir o Ibuprofeno por outros analgésicos, como Paracetamol e Dipirona, ainda que não haja evidências científicas, segundo o órgão.
“Possíveis agravamentos na condição clínica de pacientes graves com coronavírus, ou seja, com dificuldades respiratórias, foram levantados por outros países, como França, Espanha e Inglaterra. É imprescindível que essa substituição ocorra com recomendação médica”, salienta o MS, em nota enviada ao VIX na noite de quarta (18).
Porém, o órgão reforça que medicamentos já utilizados para o tratamento de hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares não devem ser suspensos, já que isso poderia agravar tais condições. “É importante que o paciente busque orientação de um profissional de saúde”, reforça.
⚠️Por precaução, o @minsaude recomenda a substituição do #ibuprofeno por outros analgésicos. É fundamental que a substituição de medicamentos seja feita com recomendação de um profissional de saúde.
Mantenha-se informado. Acesse https://t.co/UYm3jl11i0 #coronavírus pic.twitter.com/6yLfQrRXx7— Ministério da Saúde 🩵 (@minsaude) March 19, 2020
O que é Ibuprofeno?
O Ibuprofeno é um ativo presente em inúmeros medicamentos voltados para o alívio de dores e febre, como remédios indicados para cólica menstrual e dor de cabeça. Além do ativo em si comercializado em cápsulas, outros remédios que têm Ibuprofeno são:
- Advil
- Algi-Reumatril
- Algy-Flanderil
- Alivium
- Aludor
- Artril
- Atrofem
- Buprovil
- Buscofem
- Capsfen
- Dalsy
- Donosor
- Doraliv
- Doraplax
- Febsen
- Ibuflex
- Ibufran
- Ibuliv
- Ibupril
- Ibuprofan
- Ibuprofeno-Iquego
- Ibupromed
- Ibuprotrat
- Ibuvix
- Lombalgina
- Motrin
- Novalfem
- Otiun
- Parantrin
- Spifufen
- Uniprofen
- Vantil
