A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou na última quarta-feira (29) a descoberta dos primeiros casos de varíola dos macacos em crianças. Em meio ao surto da doença, que tem colocado autoridades em saúde em alerta no mundo inteiro, duas crianças tiveram o diagnóstico confirmado, enquanto outras estão sob investigação clínica.
Varíola dos macacos em crianças: OMS confirma casos
Em coletiva de imprensa transmitida online na última quarta-feira, a OMS anunciou que, em meio ao surto de varíola dos macacos fora de países endêmicos, foram identificados casos da doença em crianças e adolescentes. De acordo com o órgão, até agora, dois casos foram confirmados, mas outros seguem sob investigação, acompanhada de perto pela instituição.
Conforme explicou o médico Abdi Mahamud, especialista em epidemias e coordenador na OMS, os dois casos já confirmados estão no Reino Unido, enquanto os quadros que estão em avaliação se encontram na França e na Espanha. Quanto às idades dos pacientes, o especialista afirmou que eles estão classificados como menores de 18 e, sendo assim, pode haver adolescentes entre os casos.
Apesar de a OMS estar acompanhando muito de perto os casos devido a preocupações sobre a manifestação da doença em crianças, Mahamud afirmou que todos os pacientes identificados apresentam sintomas leves. Além disso, ele lembrou também que todos os países nos quais casos foram diagnosticados em menores de 18 anos têm um bom sistema de apoio a estas pessoas.
Na mesma coletiva, o diretor-geral da OMS, Tedro Adhanom, reforçou que, para o órgão, países devem adotar os devidos métodos de testagem e prevenção contra a doença, podendo, desta forma, monitorar melhor a epidemia.
Por que casos em crianças preocupam a OMS?
Também durante a coletiva mais recente da OMS, tanto o diretor-geral, Tedros Adhanom, quanto o médico e coordenador Abdi Mahamud demonstraram preocupação sobre a descoberta de casos em crianças, e há um motivo para isso. De acordo com informações disponibilizadas no próprio site do órgão, crianças estão, assim como mulheres grávidas e pessoas imunossuprimidas, mais sujeitas a desenvolver sintomas graves da varíola dos macacos.
Em geral, os sintomas da varíola dos macacos são parecidos com os da varíola convencional, e variam entre febre, dores musculares e erupções cutâneas. Diferentemente da doença “original”, porém, ela também provoca inchaço dos gânglios localizados nas laterais do pescoço, logo abaixo das orelhas.
Quanto à transmissão, a varíola dos macacos tem como “porta de entrada” as vias aéreas e mucosas, mas, ao contrário da Covid-19, por exemplo, requer um contato bastante próximo para passar de uma pessoa para outra. Ao manifestar sintomas, especialmente após contato com uma pessoa diagnosticada com a doença, é indicado buscar atendimento médico.
