Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH ou DDA) é um distúrbio mental popularmente conhecido como hiperatividade que atinge crianças e adultos e compromete diversas esferas da vida, como relacionamentos, estudos e trabalho.
Entenda o que é TDAH e como tratar a seguir:
O que é?
De acordo com o psiquiatra Marco Antônio Abud Torquato Junior, especialista em déficit cognitivo e profissional da Doctoralia, TDAH é um distúrbio caracterizado por impulsividade, hiperatividade e desatenção.
Causas

Segundo o psiquiatra, estudos mais recentes sugerem que os hiperativos apresentam anomalias na região frontal e nas conexões com o resto do cérebro, mecanismos que são responsáveis pela memória, atenção, autocontrole, organização, planejamento e inibição de comportamentos inadequados.
“Acredita-se que TDAH é fruto de alterações referentes aos neurotransmissores, especialmente dopamina e noradrenalina, que transmitem informações entre os neurônios”, afirma o especialista.
Também há profissionais que relacionam o distúrbio a fatores ambientais, como convivência familiar e traumas, apesar de ainda não haver um consenso sobre o assunto.
Fatores de risco
Este funcionamento alterado tem relação principalmente com predisposição genética.
O abuso de substâncias na gestação, como álcool e nicotina, também é apontado como um fator de risco, já que causa alterações em regiões do cérebro do bebê.
O especialista ainda aponta o sofrimento fetal durante o parto, visto que a falta de oxigenação também pode alterar as funções cerebrais.
Sintomas de TDAH

Os subtipos de TDAH se diferenciam por seus sintomas predominantes. Conheça os três a seguir:
Desatento
O primeiro é o tipo desatento, que tem como características desatenção, distração fácil, falta de concentração, dificuldade em realizar tarefas longas e seguir instruções, falta de organização e lapsos de memória (especialmente a de curto prazo).
Hiperativo/Impulsivo
Este subtipo é marcado por hiperatividade e impulsividade, que se apresentam por: dificuldade em se manter parado por muito tempo, necessidade de realizar várias ações simultaneamente, ansiedade e estresse, comportamentos compulsivos, pouca tolerância a frustrações e erros, falta de paciência, entre outros.
Combinado
O TDAH do tipo combinado reúne os dois subtipos anteriores em uma mesma pessoa, mesclando seus sinais.
Diagnóstico
O diagnóstico de TDAH é determinado por um psiquiatra ou pediatra. Durante a consulta, são analisados diversos critérios como a história clínica e familiar do paciente.
Ainda podem ser aplicados testes e exames complementares para diferenciar o quadro de outros transtornos e doenças com sintomas semelhantes.
Acontece só em crianças?

O déficit de atenção e hiperatividade começa antes dos 12 anos, mas sem o tratamento correto pode permanecer na vida adulta.
É válido lembrar que o TDAH se manifesta de diferentes formas em adultos e crianças. Nos pequenos, os principais sinais para desconfiar do transtorno são dificuldade de aprender e notas baixas na escola. Já nos adultos o prejuízo é o baixo rendimento profissional.
Tem cura?
O distúrbio não tem cura, mas o tratamento adequado faz com que as características do transtorno sejam amenizadas. A partir dele, a criança hiperativa tem regressão das características, que ficam pouquíssimo aparentes na vida adulta.
Tratamento de TDAH
Medicamentos

Remédios psicoestimulantes são os mais usados para DDA, pois potencializam a ação dos neurotransmissores, compensando as alterações presentes.
Mindfulness
É um treino mental que consiste em técnicas para pessoas controlarem seus pensamentos e emoções de modo a evitar distrações. De acordo com o Dr. Marco Antônio Abud, o método é de grande valia para crianças e adultos hiperativos.
Mudança de hábitos e apoio emocional
A Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional ainda indica a prática de atividades físicas e a adoção de hábitos de organização para melhorar a qualidade de vida do hiperativo.
O apoio familiar é essencial, especialmente para crianças, visto que elogios perante comportamentos adequados dão margem para que a ação seja repetida. Por exemplo, o elogio de um pai para o filho que controlou sua agitação em uma visita familiar pode fazer com que ele passe a se comportar desse jeito com mais frequência.
Psicoterapia

A psicoterapia, especialmente a cognitivo-comportamental, estimula o indivíduo a desenvolver habilidades e explorar sua criatividade e hiperatividade beneficamente.
O tratamento também visa corrigir hábitos de desatenção ou hiperatividade por meio da identificação e correção.
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