A síndrome do pânico é um transtorno de ansiedade caracterizado por crises súbitas de medo intenso, que fazem com que a pessoa acredite que algo ruim está para acontecer. Estes ataques vêm a qualquer momento do dia e geram medos irracionais chamados fobias: o paciente identifica em quais situações as crises acontecem e passa a evitá-las.
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Uma crise de pânico dura entre cinco e 30 minutos. É uma descarga de adrenalina acompanhada de uma série de sintomas, principalmente o medo da morte. Muitas pessoas sofrem da doença, mas não sabem o que é; outras têm vergonha de contar o que sentem. O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura e minimiza o sofrimento do paciente e da família, pois o transtorno afeta a rotina e a vida de todos ao redor.
Sintomas da síndrome do pânico
Psicóloga e psicoterapeuta especializada em síndrome do pânico, Fátima de Camillo afirma que, grosso modo, os sintomas da doença são semelhantes às reações de um susto: as mãos transpiram, as pernas tremem, o coração palpita e a boca seca. “São mecanismos de defesa, é como se o corpo se preparasse para a fuga”, explica. Náusea, taquicardia, tontura, falta de ar e sensação de sufocamento também são bastante comuns.
Diferentemente de uma pessoa assustada, que tem razões concretas para temer, quem sofre do transtorno de pânico apresenta este conjunto de sintomas em situações corriqueiras, sem qualquer motivo aparente; é como se os hormônios funcionassem de forma errada. A associação de quatro destes sintomas caracteriza a doença.
“Outra característica marcante é o sentimento de despersonalização. O paciente se sente constantemente fora da realidade e muito distante dele mesmo. Ele sente medo de perder o controle sobre si, de enlouquecer e de morrer. Muitas pessoas não saem mais de casa, pois este é o único lugar em que elas se sentem seguras”, afirma a especialista.
Causas do transtorno
Situações muito estressantes ou traumáticas costumam ser as responsáveis por desencadear a síndrome do pânico. De acordo com a psicóloga, a doença é a resposta do corpo a uma série de insatisfações sufocadas durante anos: trabalho, família, casamento. Eis que uma ocasião pontual é a gota d’água para que o corpo transborde.
“Os pacientes são, em geral, pessoas sistemáticas ou perfeccionistas. São pessoas que não conseguem falar ‘não’, que passam por cima de si mesmos para fazer a vontade do outro e que remoem muita raiva por viverem fazendo o que não querem. A síndrome vem para mudar alguma coisa: pela primeira vez, a pessoa é obrigada a pensar em si mesma”, explica.
Tratamento da síndrome do pânico
Medicamentos antidepressivos são utilizados para cessar as crises, mas, para curar o medo, a ajuda de um profissional especializado é imprescindível. A terapia faz com que o paciente entenda porque as crises acontecem e aprenda a lidar com seus desejos, sentimentos e emoções. É o momento que ele se volta totalmente para si e encara as situações traumáticas.