Novo remédio para emagrecer é aprovado: como ele age, quem pode tomar e efeitos

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou, esta semana, o registro de uma nova medicação para emagrecer, o cloridrato de lorcasserina hemihidratado, conhecido pelo nome comercial de Belviq. De acordo com a endocrinologista Maria Edna de Melo, diretora da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), essa é uma interessante nova ferramenta no combate à obesidade. Mas antes de usá-la, entenda melhor como ela age no corpo.

Remédio para emagrecer: como age nova opção?

A endocrinologista explica que a medicação tem um mecanismo de ação diferente de outros remédios. “Ela age no Sistema Nervoso Central, ativando os receptores de serotonina no hipotálamo, o que gera a produção de uma substância chamada POMC [pró-ópio-melanocortina], responsável pela redução da fome”.

Vantagem da medicação

A médica explica que um importante ponto positivo da droga é o fato de ela agir apenas nos receptores dessa região. “Um tempo atrás, nós tínhamos medicamentos que também só agiam no receptor de serotonina, mas não tinham essa especificidade, acabavam atuando também no coração”. Entre essas consequências destes, estava o aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial.

Para quem está indicado

Os estudos com a droga foram feitos com pessoas com Índice de Massa Corpórea (IMC) igual ou superior a 30 e, portanto, com obesidade e com pessoas com IMC igual ou maior que 27 e alguma outra alteração, como hipertensão. Por isso, o medicamento está mais indicado para essas pessoas. Por outro lado, mulheres grávidas ou que estejam amamentando não devem tomar.

Expectativa de perda de peso

Maria Edna de Melo explica o emagrecimento causado pelo medicamento é muito variável. “Algumas pessoas respondem muito bem enquanto outras acabam não tendo resposta nenhuma”, conta. “Mas, de acordo com os estudos, mais da metade dos pacientes perde cerca de 5% do peso corporal, uma média de 6 kg”.

Efeitos colaterais

A endocrinologista explica que os efeitos colaterais da droga são bastante discretos e costumam se manifestar com boca seca, tontura e constipação intestinal.

Quando o novo medicamento estará disponível?

Com a aprovação da Anvisa, a próxima etapa é a determinação do preço, feita pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos. Todo esse processo leva tempo e a expectativa é que demore alguns meses até a medicação chegar ao mercado.