Saiba como age o Kisunla (donanemab), novo remédio para Alzheimer, e quem pode utilizá-lo
Menos de um mês após entrar em fase de aprovação pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o medicamento Kisunla, que retarda o avanço do Alzheimer, foi aprovado pelo órgão. Isso significa que, agora, ele já pode ser distribuído e utilizado em território nacional. Saiba como ele funciona e quais as indicações.
Anvisa libera novo remédio para Alzheimer
Conforme resolução publicada no Diário Oficial da União em 22 de abril de 2025, o medicamento Kisunla (donanemab), da farmacêutica Eli Lilly, já pode ser usado no Brasil. O remédio foi liberado pela Anvisa em uma decisão animadora para pacientes de Alzheimer em estágios iniciais, com comprometimento cognitivo leve.

Esse medicamento age sobre o acúmulo da proteína beta-amiloide no cérebro, cujas placas estão associadas ao surgimento do Alzheimer. Ele é um anticorpo monoclonal que destrói a placa amiloide ao “ensinar” as defesas do corpo a reconhecê-la e combatê-la. O remédio não reverte quadros da doença, mas retarda sua progressão de forma satisfatória.
Em estudos, o donanemab eliminou a placa de proteína beta-amiloide em três quartos dos pacientes que participaram dos testes. Além disso, o declínio cognitivo causado pela doença foi retardado em 35% – e o risco de progressão do Alzheimer para o próximo estágio clínico caiu 39%.
A administração do Kisunla é por via endovenosa uma vez por mês e o tratamento tem duração limitada. Ele para após se constatar que a placa de proteína foi reduzida significativamente, o que, em geral, ocorre após um ano do uso da medicação.

Quem pode usar o novo remédio para Alzheimer?
Segundo a Anvisa, o donanemab é indicado para pacientes que têm o diagnóstico de Alzheimer com comprometimento cognitivo leve. Além disso, os pacientes devem ser portadores do gene da Apolipoproteína E ε4 (ApoE ε4).
O medicamento, no entanto, tem contraindicações. O Kisunla não pode, por exemplo, ser usado por pacientes que tomem remédios anticoagulantes ou que tenham diagnóstico prévio de angiopatia amiloide cerebral (AAC). Nesses casos, os riscos que o remédio oferece aos pacientes são maiores que os benefícios.
Efeitos adversos da droga
Pacientes que utilizam o donanemab podem ter reações relacionadas à administração do medicamento. É possível haver, por exemplo, febre e outros sintomas semelhantes aos de uma gripe.