A enxaqueca, problema que acomete milhões de pessoas, parece estar com os dias contados. Um novo medicamento para enxaqueca produzido em forma de injeção, o Erenumab, promete revolucionar o tratamento de quem sofre com a doença.
Esta é a primeira vez que uma droga é desenvolvida especificamente para tratar enxaqueca nos últimos 20 anos. Atualmente, quando os pacientes chegam aos médicos com esse tipo de reclamação, os especialistas utilizam medicamentes que suavizam os sintomas, mas que foram desenvolvidos, a priori, para outras patologias.
Novo tratamento para enxaqueca
A enxaqueca é uma doença causada pela constrição e dilatação das artérias da cabeça, causando dor intensa no meio do crânio e, em alguns casos, pode também causar náuseas e vômitos.
A dor, sem causa aparente, pode acontecer em episódios isolados ou em condição crônica, em que os indivíduos relatam dores várias vezes ao mês com duração de horas ou mesmo dias.
A enxaqueca se difere da dor de cabeça comum por produzir dor latejante e geralmente em um só lado da cabeça. Além disso, o paciente apresenta sensibilidade à luz e barulhos durante o quadro.
O Erenumab é uma uma injeção que pode ser aplicada pelo próprio paciente na coxa ou na região do estômago. Nos testes, ele foi administrado uma vez por mês.

A droga é considerada uma revolução por ser capaz de reconhecer a proteína que causa a enxaqueca e destruí-la. Esse mecanismo, que imita a atuação dos anticorpos, é o mesmo utilizado por alguns medicamentos contra o câncer.
Remédio contra enxaqueca teve ótimos resultados
Os resultados preliminares dos benefícios do Erenumab foram publicados no periódico científico americano “The New England Journal of Medicine” e são promissores.
Os cientistas avaliaram 955 pessoas, das quais 317 receberam, todos os meses, uma injeção subcutânea de 70 mg; 319 receberam 140 mg do medicamento; e 319 receberam placebo (substância sem a droga).

Após quatro meses, o primeiro grupo relatou diminuição de 50% da ocorrência das dores; o segundo, 43,3%, e terceiro grupo, de 26%.
O principal benefício da injeção comparada às drogas utilizadas para suavizar os sintomas da dor seria a ausência de efeitos colaterais, comuns nas outras classes de medicamentos atualmente usados por esses pacientes.
O medicamento, desenvolvido em parceria pelos laboratórios Novartis e Amgen nas últimas três décadas, foi submetido para aprovação na Europa e nos EUA e, segundo o jornal britânico Daily Mail, será avaliada em maio.
Caso seja aprovado, os fabricantes esperam comercializá-lo no final próximo ano. Ainda não se sabe quando a injeção será avaliada no Brasil.
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