O AVC em jovens não é algo comum, mas tem se tornado cada vez mais frequente devido a certos fatores de risco
Aos 17 anos, Karen Silva, ex-participante do “The Voice Kids Brasil”, morreu após sofrer um AVC (acidente vascular cerebral) hemorrágico. A morte aconteceu após a jovem sentir uma forte dor de cabeça e ser internada, quadro que se tornou rapidamente grave e levou à intubação dela.
Como a condição é mais comum em pessoas idosas, o caso levanta a questão: afinal, quando um AVC pode acometer adolescentes e jovens adultos? Entenda abaixo:
Morte de Karen Silva: quando o AVC acomete jovens?

Karen Silva, ex-competidora do reality musical “The Voice Kids Brasil”, morreu após sofrer um AVC aos 17 anos de idade. Em nota, a assessoria de imprensa da jovem pontuou que ela já sofria com alguns problemas de saúde anteriormente, sem revelar quais seriam as condições. O AVC em pessoas jovens, no entanto, é raro, algo que gerou dúvidas e temor acerca do tema.
De acordo com informações da Cleveland Clinic, é crescente a quantidade de pessoas jovens, na faixa entre 20 e 30 anos, que são diagnosticadas com AVC. Essa condição segue sendo prevalente em idosos, mas alguns hábitos e a frequência crescente de diagnósticos de outras doenças aumentam esse risco em jovens e até adolescentes.
Fatores de risco para AVC em jovens
Segundo a Mayo Clinic, os seguintes hábitos e problemas de saúde aumentam os riscos de uma pessoa com menos de 30 anos de idade sofrer um derrame:
Hipertensão arterial
Principal fator de risco para AVC, a hipertensão é a elevação prolongada da “força” que o sangue exerce sobre os vasos sanguíneos. Isso pode acontecer por uma série de fatores, como histórico familiar, alimentação inadequada, tabagismo, alcoolismo, estresse crônico, obesidade, sedentarismo, entre outras questões.

Aneurismas cerebrais
Um aneurisma é uma dilatação anormal de uma artéria – e, nesse caso, ela acontece em uma artéria do cérebro. Isso geralmente acontece por uma fraqueza nas paredes do vaso sanguíneo, algo que torna parte dessa estrutura mais suscetível à dilatação devido ao fluxo sanguíneo.
Hipertensão crônica, tabagismo, doenças do tecido conjuntivo e histórico familiar são fatores de risco para aneurisma. Essa condição nem sempre é diagnosticada e tende a ser descoberta por acaso ou a partir do rompimento da artéria, que causa um AVC. Nem todo aneurisma se rompe e muitas pessoas convivem com eles sem sequer ter conhecimento disso.
Doenças genéticas ou raras
Condições como a doença de Moyamoya, por exemplo, podem facilitar a ocorrência em pessoas jovens.
Tabagismo
O hábito de fumar aumenta as chances de formação de aneurismas – além de facilitar também que eles se rompam e causem um AVC.
Consumo excessivo de álcool
O alcoolismo está associado a uma série de riscos, inclusive vasculares. Ele tende, por exemplo, a aumentar a pressão arterial, algo que favorece a ocorrência de um AVC.

Colesterol elevado
Quando o colesterol “ruim” (LDL) está elevado, há mais riscos de haver acúmulo de placas de gordura no interior de artérias importantes. Isso pode estreitar ou bloquear esses vasos sanguíneos, além de aumentar os riscos para a formação de coágulos. Esse quadro favorece a ocorrência de AVC.
Diabetes
Essa doença é marcada por altos níveis de glicose no sangue, e isso pode danificar vasos sanguíneos. Além disso, o sangue se torna mais viscoso – e todo esse contexto favorece não só o enfraquecimento de artérias, mas a formação de coágulos sanguíneos. Consequentemente, o diabetes aumenta os riscos de um AVC acontecer.
Apneia obstrutiva do sono
Essa condição acontece quando o relaxamento da faringe e da base da língua durante o sono obstruem as vias aéreas, limitando o ar que chega aos pulmões. Esse distúrbio é potencialmente grave, está ligado especialmente à idade e à obesidade, e também facilita a ocorrência de um acidente vascular cerebral.
AVC: o que é e como prevenir
Um acidente vascular cerebral, mais conhecido como AVC ou derrame, acontece quando um vaso sanguíneo no cérebro se rompe. Isso causa sangramento no tecido cerebral, levando a quadros como falta de oxigênio em partes do órgão. Um AVC pode ser fatal ou deixar sequelas neurológicas graves.
Em alguns casos, especialmente quando há atendimento ágil e eficaz, é possível contê-lo. Isso favorece uma boa recuperação e menos sequelas.

Os AVCs hemorrágicos, como o que acometeu a jovem Karen Silva, costumam ser mais graves e representam maior risco de morte em comparação com os derrames isquêmicos.
A prevenção de um AVC está majoritariamente ligada ao cuidado com fatores de risco. Quem tem doenças como hipertensão arterial e diabetes, por exemplo, deve se atentar ao controle dessas condições para diminuir os riscos de complicações como o derrame.
O monitoramento médico, bem como controle da pressão arterial e manutenção de um estilo de vida saudável, com a prática regular de exercícios físicos e uma boa alimentação, são essenciais tanto para quem tem fatores de risco para AVC quanto para quem não tem. É importante também evitar o tabagismo e o consumo exagerado de álcool.