As mortes por febre Oropouche são uma novidade na literatura – e o Ministério da Saúde indica cuidados
O Ministério da Saúde confirmou recentemente a morte de duas mulheres pela chamada febre Oropouche no interior da Bahia. Casos de óbito pela doença semelhante à dengue nunca foram registrados em nenhuma parte do mundo – e, agora, a pasta indica ações de prevenção especialmente para mulheres grávidas.
Ministério da Saúde confirma primeiras mortes por febre Oropouche
Foram confirmadas pelo Ministério da Saúde duas mortes por febre Oropouche no Brasil. Os dois casos eram de mulheres com menos de 30 anos, residentes do interior da Bahia e que não tinham outras comorbidades. Até o momento, não havia relato na literatura médica sobre mortes por Oropouche.
Além dos dois óbitos, a pasta ainda investiga uma morte suspeita em Santa Catarina – e um caso no Maranhão teve sua relação com a doença descartada.
A doença, também transmitida por mosquitos, chama a atenção de agentes de saúde há alguns anos. Em 2023, o Ministério da Saúde ampliou a testagem para a doença em todo o País e, por isso, mais casos foram detectados para além da região Norte, onde aparecem com mais frequência.
Em 2024, os órgãos de saúde registraram mais de 7.2 mil casos da febre em 20 estados. Recentemente, a testagem foi novamente ampliada após a compra de 380 mil testes diagnósticos, e equipes técnicas têm buscado monitorar a situação em áreas de maior detecção.
Febre Oropouche e gravidez: quais os riscos
Além da transmissão por mosquitos, a febre Oropouche também tem transmissão vertical. Isso significa que mulheres grávidas podem transmitir o vírus ao feto caso infectadas – e possíveis complicações da doença em bebês estão em investigação.
Seis casos de transmissão vertical com complicações estão sendo investigados. Dois deles resultaram em óbito fetal, um deles culminou em perda gestacional e os demais três resultaram em bebês com anomalias congênitas, como a microcefalia.
A relação entre infecção por essa arbovirose e a malformação ou morte fetal ainda não é uma certeza, mas a pasta orienta o monitoramento cuidadoso de mulheres grávidas que tiveram arboviroses.
Sendo assim, as recomendações a gestantes sobre a Oropouche são:
- Buscar atendimento médico diante de sintomas semelhantes aos de dengue (febre, dores musculares, dores de cabeça, náuseas, etc);
- Usar roupas que cubram a maior parte do corpo;
- Utilizar repelente nas partes do corpo que estiverem à mostra;
- Evitar regiões com alto risco de proliferação de mosquitos;
- Manter a casa higienizada, buscando impedir a proliferação de mosquitos.
Mortes por febre Oropouche inspiram cuidados: como identificar
A febre Oropouche doença faz parte do grupo das arboviroses, ou seja, doenças cuja transmissão se dá por mosquitos, assim como zika, chikungunya e dengue. O mosquito transmissor da febre é conhecido como maruim ou mosquito-pólvora.
Os sintomas incluem:
- Febre;
- Dor de cabeça;
- Dor muscular.
Apesar de raros, casos mais graves podem evoluir para acometimento neurológico, com quadros de meningoencefalite. Isso tende a ser mais comum em pacientes com imunidade comprometida (portadores de HIV, pessoas em tratamento de câncer, etc).
Ao manifestar um quadro com os sintomas indicados, recomenda-se buscar atendimento médico para acompanhar o caso e realizar a testagem. O tratamento para casos da doença foca nos sintomas, visto que não há medicamentos específicos para ela.
