A fumaça das queimadas na Amazônia traz prejuízos à saúde – e existe uma forma mais eficaz de se blindar
Além das ondas de calor atípicas para o inverno e a secura do clima, pessoas de várias partes do Brasil também estão enfrentando os efeitos das queimadas na região amazônica. Ela já recobre uma área enorme do País, contribuindo com a poluição do ar e fazendo com que muitos saiam na rua usando máscara cirúrgica. Mas, afinal, a máscara protege da fumaça das queimadas?
Entenda abaixo o que fazer para proteger a saúde diante das condições climáticas atuais.
Máscara cirúrgica protege da fumaça das queimadas?
Devido aos inúmeros focos de queimadas registrados nas últimas semanas, o Brasil enfrenta, além de calor e baixíssima umidade relativa do ar, um corredor de fumaça. Apesar da maior parte das queimadas ocorrer na região amazônica, um pôr do sol marcado por névoa de poluição tem sido observado até mesmo em cidades do Sudeste. E isso, obviamente, traz consequências para a saúde.
As condições climáticas atuais naturalmente já contribuem com o aumento de partículas de poluição suspensas no ar. Com as queimadas, há ainda o impacto da fumaça, altamente prejudicial para as vidas respiratórias. O “combo” intensifica a propagação da fuligem e da poluição – e tudo isso tem feito muita gente sair nas ruas usando máscaras cirúrgicas.
Conforme explica Jamal Azzam, médico otorrinolaringologista, porém, esse tipo de máscara não protege as vias respiratórias nesse contexto. “A máscara cirúrgica impede que nossas partículas de saliva, quando falamos, vão para o meio ambiente, mas ela não tem proteção respiratória”, declara o médico.
Isso acontece porque a máscara cirúrgica não veda totalmente a passagem do ar para as vias respiratórias, então não é um filtro eficiente. Isso, no entanto, não significa que não é possível proteger a saúde usando máscaras nesse momento. Basta, segundo o especialista, escolher o modelo correto.
Qual máscara usar para fumaça? Médico explica
“A única máscara que protege contra partículas inalatórias é a N95 ou a PFF2. São as únicas que protegem contra fuligem, partículas suspensas, fumaça de queimada, poluição”, explica Azzam, que também orienta que pessoas – especialmente quem tem doenças respiratórias ou vive em regiões muito afetadas pela fumaça – utilizem esses modelos ao sair de casa.
“Culturalmente, as pessoas têm aversão ao uso de máscara. A N95 tampa completamente, e a cirúrgica, não. E, se não tampa, você está inalando o ar. A N95 tampa tudo e, por isso, tem certo grau de rejeição, mas nessa época especificamente quem tem doença respiratória, estiver em ambientes com muita fumaça ou se a casa tiver fuligem, recomendo que use”, pontua Azzam.
Além disso, o médico recomenda também inalação e lavagem nasal com soro fisiológico e também o uso de umidificador de ambiente todos os dias em meio às atuais condições climáticas.