Um jogo que pode ser baixado em smartphones é a mais nova ferramenta da ciência para adquirir informações sobre a demência. Simplesmente jogando o “Sea Hero Quest”, o jogador dá informações preciosas sobre Alzheimer e outros tipos da doença mental relacionada ao envelhecimento a pesquisadores de importantes universidades. Entenda como isso é feito.
Sea Hero Quest: jogo coleta dados sobre demência
O “Sea Hero Quest” é um joguinho de celular que conta a história de um velho capitão que, junto com o filho, viveu várias aventuras marítimas e guardou na memória a lembrança das criaturas magníficas que atravessaram seu caminho. Anos depois, suas memórias são levadas pelo tempo e o filho, já adulto, tem a missão de refazer os percursos e trazer para seu pai as lembranças perdidas, através de fotografias.
O esquecimento do navegante, além de ponto de partida para uma aventura divertida, é um meio para obtenção de informações sobre demência, doença mental relacionada ao envelhecimento que inclui alterações de raciocínio e perda de memória e que tem no Alzheimer seu tipo mais falado atualmente.
Até agora, 2,5 milhões de pessoas já jogaram o “Sea Hero Quest”, gerando o equivalente a mais de 60 anos de dados que estão sendo avaliados por cientistas da University College London, do Alzheimer’s Research UK e da University of East Anglia, todos na Inglaterra. Tudo isso fez deste o maior estudo sobre demência já realizado.
Como a demência é avaliada através do jogo
O jogo é composto por três tarefas principais: navegar por labirintos, disparar sinalizadores para testar a orientação do jogador e perseguir criaturas para tirar fotos delas. Todos os elementos foram projetados para serem divertidos e válidos cientificamente.
Os cientistas fizeram a avaliação de diferentes formas: a navegação para passar pelos icebergs, por exemplo, forneceu material sobre a tomada de decisão típica para ir do ponto A ao ponto B, enquanto o posicionamento aleatório dos checkpoints (pontos pelos quais o personagem tem de passar para que o jogo seja “salvo”) permitiu a avaliação da memorização de posições no mapa.
Além disso, alguns mapas são embaçados, o que permite comparar a execução da tarefa em condições ruins e condições normais.
O que o estudo já descobriu
Com base nas informações colhidas, os pesquisadores entenderam de uma maneira mais acurada como a navegação espacial muda com o passar dos anos, suas diferenças entre pessoas dos gêneros masculino e feminino e em diferentes países. Pessoas que moram em países nórdicos e costeiros costumam ter melhores habilidades de navegação.
De acordo com os pesquisadores, esse é um grande passo para o diagnóstico da demência e, no futuro, facilitará a individualização do diagnóstico e do tratamento.
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