Artista tem tireoidite de Hashimoto – e conviver com hipotireoidismo na gravidez sem o tratamento adequado oferece graves riscos que muitos não conhecem
Usando o Instagram, a cantora Lexa falou recentemente sobre uma condição de saúde que precisou tratar antes de engravidar da filha, Sofia. A artista, que está no 5º mês de gestação, afirmou ter descoberto tireoidite de Hashimoto em meio aos exames pré-gestacionais – e esse problema relativamente comum está ligado a sérios riscos para o bebê. Entenda abaixo:
Lexa revela diagnóstico de tireoidite de Hashimoto
Grávida pela primeira vez, a cantora Lexa se abriu recentemente sobre um quadro de saúde que descobriu antes do início da gestação. Sonhando em ter um filho, ela buscou uma médica obstetra para iniciar o processo – e, em meio à investigação, foi diagnosticada com tireoidite de Hashimoto, problema que afeta 5% da população e é bem mais comum em mulheres do que homens.
“Quando eu descobri minha tireoidite de Hashimoto, para vocês terem noção, estava completamente desgovernada. Por exemplo: se a taxa tinha de estar abaixo de 35, a minha estava acima de 2 mil. Se eu tivesse engravidado naquela época, teria sérios problemas”, disse ela, compartilhando o que fez para controlar a doença e os resultados do tratamento.
“Minha obstetra me virou do avesso e descobriu essa tireoidite de Hashimoto, que é tranquila para tratar. Com medicamentos e boa alimentação, você consegue estabilizar – e foi isso que eu consegui. Agora finalmente pude ter a graça e a tranquilidade para ter um bebê”, concluiu a cantora, que aguarda Sofia, sua primeira filha com o marido, o ator Ricardo Vianna.
Tireoidite de Hashimoto e hipotireoidismo na gravidez
A tireoidite de Hashimoto é uma condição autoimune – ou seja, doença em que o sistema imunológico luta contra o próprio organismo. Ela é a principal causa de hipotireoidismo, que é a baixa produção de hormônios tireoidianos por queda da habilidade da tireoide em produzi-los.
A tireoidite de Hashimoto com hipotireoidismo como consequência traz sintomas que facilmente se confundem com outras condições de saúde. É comum, por exemplo, que pacientes tenham fadiga extrema, depressão, dores nas articulações e ganho de peso gradual.
É possível realizar a reposição dos hormônios que a tireoide não consegue produzir. Isso é feito com medicamento de uso diário por via oral (levotiroxina) e trata o hipotireoidismo. Já a tireoidite de Hashimoto, que corresponde ao “ataque” de anticorpos à glândula, é algo crônico. Mudanças de hábitos e alimentares podem amenizar o quadro, e ele requer monitoramento constante dos níveis hormonais por um endocrinologista.
Hipotireoidismo na gravidez: como afeta?
De acordo com a American Thyroid Association, quadros severos de hipotireoidismo (principal consequência do Hashimoto) trazem riscos à mãe e ao bebê em uma gestação. Entre eles, é possível citar:
- Problemas no desenvolvimento neurológico do bebê;
- Anemia materna;
- Miopatia (dor muscular e fraqueza);
- Insuficiência cardíaca;
- Pré-eclâmpsia;
- Anormalidades da placenta;
- Hemorragia pós-parto;
- Risco aumentado para perda gestacional.
Convém frisar que os riscos estão relacionados especialmente a quadros de hipotireoidismo que não foram tratados adequadamente ou são muito severos. Isso reforça a necessidade de realizar exames de tireoide antes de engravidar e durante a gestação. Devido às mudanças hormonais da gravidez, o distúrbio pode sofrer alterações – e, da mesma forma, pode ser necessário alterar as doses de medicação.