HIV: como funciona o tratamento e melhores formas de se prevenir contra o vírus

Por mais que os tratamentos estejam avançando, a melhor forma de combater o vírus do HIV é levando a prevenção a sério. Mesmo assim, o preservativo, que é a forma mais eficaz de evitar a contaminação, ainda tem sido deixado de lado por grande parte dos brasileiros durante as relações sexuais.

Saiba mais sobre esse e outros métodos de prevenção contra o vírus e como funciona o tratamento.

O que é o HIV?

O HIV é o vírus da imunodeficiência humana e o responsável por transmitir a doença da aids, que ataca o sistema imunológico e destrói os glóbulos brancos (linfócitos T CD4+). O vírus altera o DNA desses glóbulos e se autocopia para continuar infectando outras células, fazendo com que o organismo não consiga se defender de diversas doenças oportunistas.

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Porém, viver com HIV não significa ter aids, já que o vírus pode demorar anos para apresentar os sintomas ou desenvolver a doença. Por isso, caso a pessoa tenha tido alguma situação de exposição ao vírus, é fundamental a realização do teste para identificar o HIV.

A transmissão pode acontecer por meio de relações sexuais sem proteção, transfusão de sangue contaminado, compartilhamento de seringas, instrumentos cortantes não esterilizados e de mãe para filho durante a gravidez, o parto ou a amamentação.

Formas de prevenção

Preservativo feminino e masculino

Usar camisinha é a forma mais segura de se proteger contra todas as ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis), como a aids, além de evitar uma gravidez indesejada.

Apesar de menos usada, a camisinha feminina, além de ser eficaz e bem confortável, pode ser colocada horas antes da relação sexual, diferentemente da masculina, que só pode ser usada quando o pênis está ereto. Algumas mulheres ainda afirmam que ela proporciona mais prazer que a masculina, já que, por ter um anel flexível, acaba massageando levemente o clitóris.

Os preservativos feminino e masculino são distribuídos gratuitamente em toda a rede púbica de saúde. Porém, vale lembrar que eles nunca devem ser usados juntos durante a relação sexual.

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Profilaxia Pós-Exposição ao HIV

A PEP, Profilaxia Pós-Exposição ao HIV, é um tratamento indicado para pessoas que foram expostas ao vírus do HIV por meio de relação sexual desprotegida, contato com instrumentos cortantes ou que tenham sido vitimas de violência sexual.

Com o objetivo de evitar a infecção do HIV no organismo, a PEP é feita por meio de terapia antirretroviral e consiste na ingestão de três medicamentos, em doses diárias durante o período de 28 dias, sem interrupções.

Para garantir a efetividade do tratamento, é necessário que a pessoa procure um posto médico e inicie a PEP em até 72 horas depois de ter sido exposto ao vírus do HIV. Também é fundamental ressaltar que a PEP não substitui a camisinha, que é a principal forma de prevenção contra as ISTs.

Profilaxia Pré-Exposição

Já a PrEP, Profilaxia Pré-Exposição de risco à infecção pelo HIV, é um método de prevenção com medicamentos antirretrovirais para pessoas não infectadas pelo vírus. O objetivo é prevenir as pessoas de contraírem o HIV e terem uma vida sexual saudável.

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O método combina dois medicamentos em um comprimido que deve ser tomado diariamente para proteger a pessoa da infecção do HIV e, em alguns casos, pode apresentar efeitos colaterais. Ele é indicado para pessoas em situação de maior vulnerabilidade, como homossexuais, transexuais, travestis, casais sorodiferentes, quando um dos parceiros tem o vírus, e profissionais do sexo.

Como a PrEP não previne contra as demais DSTs, é fundamental combiná-lo com outros métodos preventivos, como o preservativo.

Pré-natal e teste sorológico

Como o vírus do HIV também pode ser transmitido de mãe para filho, é necessário que todas as gestantes façam o teste de HIV no início do pré-natal e refaçam no terceiro trimestre da gestação. No caso de mulheres que já vivem com o HIV e têm conhecimento disso, o correto é procurar pelo médico responsável para adaptar o tratamento, pois alguns medicamentos são contraindicados na gravidez.

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Se no começo do pré-natal a mãe descobrir que está infectada pelo vírus do HIV, além do obstetra, ela deve ser acompanhada por um infectologista durante toda a gravidez para garantir que o bebê não será infectado. Nesses casos, a mulher passa por um tratamento com medicamentos antirretrovirais que não sejam contraindicados para gestantes, para diminuir os riscos de transmissão do vírus para a criança.

Para evitar que o bebê entre em contato o menos possível com as secreções e o sangue da mãe, o parto mais indicado para mulheres portadoras de HIV é a cesárea eletiva, que acontece antes da mãe entrar em trabalho de parto e sem o rompimento da bolsa, mas claro, que depende de cada caso. Depois do nascimento, o bebê deve tomar medicamento antirretroviral por quatro semanas e ser submetido a testes de carga viral para garantir que, de fato, não foi infectado pelo vírus.

Os médicos ainda aconselham que mães portadoras do vírus do HIV não devem amamentar, pois o leite pode transmitir o vírus para a criança.

Tratamento

O tratamento para combater o HIV é feito por meio de medicamentos antirretrovirais. Eles servem para impedir que o vírus se multiplique no organismo, retardar o desenvolvimento da aids e evitar que a pessoa que convive com o vírus adoeça.

Também vale destacar que, pessoas que tomam o remédio corretamente, conseguem tornar a quantidade de vírus em seu organismo indectável, evitando a transmissão do HIV para outras pessoas. Atualmente, são 22 medicamentos disponíveis distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde.

A camisinha é a melhor forma de se prevenir contra a AIDS e outras DSTs. Vamos combinar? Prevenir é viver.