Recentemente, em uma entrevista, Guta Stresser fez revelações sobre sua saúde que surpreenderam o público. A atriz, que tem 49 anos, desabafou sobre ter sido diagnosticada com esclerose múltipla nos últimos anos – doença degenerativa que, segundo a atriz, começou a se manifestar com lapsos de memória durante sua participação na competição “Dança dos Famosos” em 2020.
Guta Stresser revela esclerose múltipla
Em um relato publicado recentemente pela revista “Veja”, Maria Augusta Stresser, conhecida como Guta Stresser, surpreendeu o público ao revelar que, aos 49 anos, está lidando com esclerose múltipla. De acordo com a atriz, intérprete da personagem Bebel em “A Grande Família” (Rede Globo), o quadro começou em 2020 e o primeiro sinal dado pela doença foi a dificuldade em memorizar passos de dança.
Conforme contou na entrevista, Guta começou, na época, a reparar que, após repassar suas coreografias na “Dança dos Famosos”, ela esquecia todos os passos. Devido à facilidade que sempre teve em memorizar falas e passos, ela estranhou o problema, mas afirmou ter redobrado os esforços para memorizar as coreografias, avançando na competição e ignorando os lapsos de memória.
Logo, no entanto, ela começou a esquecer palavras básicas, ter dores musculares, oscilações de humor, formigamento nos pés e nas mãos e um zumbido forte no ouvido. A busca por auxílio médico aconteceu, segundo Guta, quando ela sofreu uma queda e, julgando ser um problema de equilíbrio, consultou um otorrinolaringologista. Ao ser examinada, ela foi informada de que tudo estava bem, mas insistiu em fazer uma ressonância magnética e teve, então, o diagnóstico.
“Tive muito medo. Pela minha cabeça, se desenrolava um filme em que eu ficava completamente incapacitada. Passei a ter um pesadelo recorrente: imóbel, sem conseguir falar, tentava avisar meu companheiro que, apesar do corpo comprometido, meu raciocínio estava lá, preservado. Desesperador”, relatou Guta, se referindo ao fato de que a esclerose múltipla prejudica estruturas cerebrais e, por isso, tende a gerar dificuldades motoras e cognitivas.
Após ser devidamente informada por médicos sobre a condição, porém, Guta relatou ter ficado mais calma, e logo deu início ao tratamento. Segundo a atriz, a medicação usada é fornecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e foi responsável por prevenir as crises, estabilizando o quadro. Além disso, ela também aderiu à ioga, a exercícios de memória (como leitura e palavras cruzadas), realizou mudanças alimentares e faz uso de canabidiol.
https://www.instagram.com/p/CU-YntTg7mP/
Por fim, em seu desabafo, Guta se mostrou esperançosa com relação ao futuro. “Sei que vou ter de conviver com a esclerose múltipla para o resto da vida. Que ela seja longa e plena. Cada dia que passa tem aquele gosto de uma pequena vitória”, concluiu.
Esclerose múltipla: a doença, sintomas e mais
Autoimune, a esclerose múltipla acontece quando o próprio corpo começa a atacar certas células do organismo como se elas fossem invasoras. Aqui, a estrutura afetada é a bainha de mielina, espécie de “capa” que protege os nervos e garante, assim, que a transmissão dos impulsos nervosos pelo corpo ocorre de maneira correta. A partir do desgaste da bainha de mielina, os impulsos não são transmitidos como deveriam e, por isso, os sintomas aparecem.
Em geral, os sintomas da esclerose múltipla variam bastante e, por serem, às vezes, inespecíficos, é comum que a esclerose múltipla seja confundida com outras condições de saúde. De maneira geral, porém, eles incluem fadiga, tremores, formigamento, fraqueza muscular, alterações na visão, dificuldade de fala, lapsos de memória, falta de equilíbrio e coordenação, dores pelo corpo e disfunções da bexiga e do intestino.
A esclerose múltipla não tem cura, mas há, atualmente, alguns tratamentos que ajudam a estabilizar e desacelerar o processo degenerativo causado por ela. De acordo com o portal Esclerose Múltipla Brasil, medicamentos chamados de “modificadores de doença” costumam aparecer na fase inicial do tratamento para evitar que o sistema imunológico ataque as células do corpo, reduzindo ou cessando as crises.. Em alguns casos, pacientes podem até suspender o tratamento após alguns anos.
Em alguns casos, há ainda a opção de se realizar uma terapia mais agressiva, como o tratamento feito pela atriz Cláudia Rodrigues em 2016, também buscando desacelerar o avanço da esclerose múltipla. Usadas para tratar muitas doenças devido à capacidade de dar origem a vários tipos de células especializadas, as células-tronco podem tanto fazer o sistema imunológico deixar de atacar o organismo ou até remielinizar a bainha de mielina, melhorando as funções do corpo.