Por que a gotinha da paralisia infantil foi descontinuada? Entenda e veja como fica o esquema vacinal

por | nov 5, 2024 | Saúde

A gotinha da poliomielite, que ajudou a erradicar a doença no País, era utilizada como reforço em duas doses – e, a partir de agora, isso muda

Criada na década de 60, a gotinha da poliomielite (vacina oral para imunização contra paralisia infantil), acaba de ser descontinuada pelo Ministério da Saúde. Agora, o reforço do imunizante cujo símbolo é o conhecido personagem Zé Gotinha passa a ser injetável – e, abaixo, explicamos o porquê.

Dose da vacina injetável substitui reforço com gotinha da poliomielite

(Crédito: Paulo Pinto/Agencia Brasil)

Na década de 80, o Brasil criou o famoso Zé Gotinha como forma de impulsionar a campanha de vacinação da poliomielite, cujo objetivo era erradicar a doença até 1990. Agora, a vacina oral da qual o personagem é símbolo, mais conhecida, a gotinha da poliomielite, deixa de fazer parte do esquema vacinal obrigatório.

A partir de 4 de novembro, o Ministério da Saúde passou a utilizar um novo esquema vacina. Antes, a criança recebia três doses da VIP (vacina inativada para poliomielite, injetável) aos 2, 4 e 5 meses de vida, além de duas doses de reforço da VOP (vacina oral para poliomielite, a gotinha) aos 15 meses e aos 4 anos. Agora, as duas doses de VOP se transformam em apenas uma dose da VIP.

(Crédito: Paulo Pinto/Agencia Brasil)

Assim, o novo esquema de vacinas para paralisia infantil ocorre da seguinte forma:

  • 2 meses: 1ª dose (injetável)
  • 4 meses: 2ª dose (injetável)
  • 6 meses: 3ª dose (injetável)
  • 15 meses: reforço (injetável)

Por que a gotinha da poliomielite acabou?

O Brasil está atualmente há 34 anos sem casos de poliomielite. Isso significa que a gotinha contra paralisia infantil ajudou a erradicar a doença. Então, afinal, qual é o motivo da substituição? Segundo o Ministério da Saúde, a modificação do esquema segue uma tendência mundial.

gotinha da poliomielite
(Crédito: Paulo Pinto/Agencia Brasil)

Segundo Eder Gatti, diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI), a mudança é pautada em resultados. “A vacina injetável tem uma plataforma mais segura e protege muito bem nossas crianças”, afirmou ele, segundo nota divulgada pelo Ministério da Saúde.

Há ainda a meta de aumentar a cobertura da vacina. Em 2023, a cobertura da VIP alcançou 86,5% da população elegível, e a VOP, 78,2%.

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