É possível escolher o sexo do bebê no processo – mas, no Brasil, só há permissão em um caso
A gravidez de Graciele Lacerda, anunciada recentemente por ela e o marido, Zezé Di Camargo, foi fruto de uma FIV (Fertilização in Vitro). Após o anúncio, a influencer tem compartilhado detalhes sobre o processo e, entre eles, afirmou que poderia ter escolhido o sexo do bebê antes da implantação do embrião.
Entenda como se descobre o sexo do embrião durante a FIV e quando é possível escolher qual será o do bebê implantado.
Graciele Lacerda fala sobre escolher o sexo do bebê na FIV
Usando o Instagram, Graciele Lacerda contou recentemente mais detalhes sobre seu processo de FIV. Há anos, ela e o marido, Zezé Di Camargo, tentam ter filhos, mas por ele ter feito vasectomia no passado e ela ter vivenciado endometriose, o casal recorreu ao procedimento – e, segundo ela, eles tiveram a chance de escolher o sexo do bebê.
“Meu médico sabe o sexo do bebê, porque quando a gente faz a FIV, a gente já sabe o sexo. Tanto que ele perguntou para mim se eu queria escolher. […] Ele perguntou e eu falei: ‘Não, quero que você escolha por classificação’. Tem umas classificações de saúde, que é o que mais importa, e assim foi feito. Eu não sei o sexo”, declarou.
Sexo dos embriões: como é descoberto
Durante o processo de fertilização in vitro, os embriões formados são cuidadosamente estudados pelos especialistas. Isso serve para verificar a qualidade das células que formam esses embriões e, por consequência, determinar as chances deles vingarem após a implantação.
Em geral, a escolha do embrião a ser implantado ocorre a partir desse estudo: os de melhor classificação (e mais chances de gerar uma gravidez) são as primeiras escolhas dos médicos.
Além disso, também pode ser realizado o PGD, sigla para Diagnóstico Genético Pré-Implantacional. Segundo a American Society for Reproductive Medicine, isso é feito através de uma biópsia embrionária para análise cromossômica em busca de anomalias genéticas. Isso é especialmente importante para casais de idade mais avançada, com histórico de tentativas de FIV frustradas e histórico familiar de doenças genéticas.
Nesse processo, além de descobrir se os embriões são geneticamente saudáveis, também fica claro o sexo deles – e, no Brasil, há apenas um caso em que é dada aos pais a possibilidade de escolher.
Quando é permitido escolher o sexo do bebê na FIV?
Escolher o sexo do bebê na FIV é possível quando a mãe ou o pai têm alguma doença genética ligada ao sexo. A hemofilia, por exemplo, tem maior tendência a se manifestar em homens e, por isso, pais que tenham essa doença genética podem optar por implantar apenas embriões do sexo feminino.
Segundo o CFM, Conselho Federal de Medicina, essa é a única situação em que, no Brasil, se permite que os pais escolham o sexo do bebê. A questão é cercada por questionamentos éticos e, por isso, é proibida não só aqui, mas em diversos outros países.
Nos Estados Unidos, porém, a prática é legal e comum, sem haver a necessidade de justificativa de saúde para a escolha do sexo do bebê na FIV.
