Mesmo que este assunto ainda seja um tabu, a incontinência urinária faz parte da vida de milhares de pessoas. Só no Brasil, que é o quinto país com o maior número de pessoas com incontinência no mundo, das aproximadamente 20 milhões de pessoas que convivem com a condição, 12 milhões são mulheres ativas.
Ao descobrir a incontinência, a maior parte delas não faz ideia desses números e, por pensar ser uma situação anormal, passam a sentir vergonha de sua condição. Conheça as histórias de mulheres que aprenderam a conviver bem com a incontinência.
Percebendo a incontinência
Áurea Ramacciotti, 52, é representante comercial e tem incontinência urinária há 10 anos. Ela conta que, no começo, o mais difícil é perceber que, de fato, você está passando por aquilo: “Como sempre fui festeira, adorava ir a shows e dançar muito. Uma vez, ao começar a pular durante uma música, senti que estava deixando escapar algumas gotas de urina, mas achei que pudesse ser algo pontual e acabei não dando muita atenção”.

Já Adriana Zuniga, 39, é doceira e convive com a incontinência desde a infância. “Sempre tive uma dificuldade muito grande em segurar o xixi, mas como a maioria das mulheres da minha família também sofrem com essa condição, nunca me preocupei em procurar ajuda”, relata.

É comum que algumas mulheres, ao perceberem os escapes, passem a negar a condição, e com Áurea não foi diferente. Com a perda de urina se tornando cada vez mais frequente, ela começou a pesquisar sobre o assunto na internet e, apesar de se identificar com os comentários de diversas pessoas, ainda demorou em aceitar o que estava acontecendo: “Até cair a ficha, você vai tentando se adaptar de todos os jeitos e se apagando cada vez mais”.
Vergonha
Conviver com os escapes, apesar de ser algo comum entre o sexo feminino, pode trazer constrangimento às mulheres e fazer com que elas acabem deixando de viver sua vida como antes. O que muitas não sabem, é que essa vergonha inicial é completamente normal e faz parte do processo de aceitação.
No caso de Áurea, a vergonha de sua condição fez com que ela mudasse completamente sua rotina: “Eu só usava roupas que disfarçassem os escapes e morria de medo de que elas ficassem cheirando urina ao longo do dia”.
O processo de verbalização também foi doloroso para Áurea que, por vários anos, não compartilhou isso com ninguém. “Como eu tinha nojo de conviver com aquilo, eu achava que, ao contar, poderia perder as pessoas que gostava, já que elas passariam a me olhar de outro jeito. Para mim, era uma situação muito constrangedora”, desabafa.
Diferentemente de Áurea, Adriane não teve problemas em falar sobre o assunto: “Minha família, esposo e amigos sempre souberam da minha condição. Para mim, a maior dificuldade é na questão profissional. Como trabalho com eventos, não consigo passar essa situação para o cliente. Uma vez estava em um evento e, enquanto atendia uma pessoa por trás do balcão, não consegui segurar o xixi. Minha sorte foi que ninguém percebeu, caso contrário, teria sido vergonhoso e, possivelmente, eu teria perdido o cliente”, relembra.

Para driblar a situação, Áurea diz que tentou de tudo para amenizar os escapes: “Por achar que usar absorvente já era demais, comecei a colocar papel higiênico para evitar que os escapes molhassem minha roupa e, sem perceber, isso acabou se tornando um hábito”.
Como não conseguia segurar o xixi, a melhor opção de Adriane era usar um absorvente comum e andar com mudas de roupas na bolsa: “Como muitas vezes minha vontade é instantânea, se eu não tenho um banheiro próximo, preciso até trocar de roupa, pois o absorvente não era o suficiente e os acidentes aconteciam”.
Segundo Áurea, por ainda não saber como lidar com a incontinência, ela se tornou outra pessoa. “Por vários anos, deixei de me relacionar e de ir a muitos lugares por me sentir desconfortável. Adorava ir ao samba e, por medo de passar por algum constrangimento, deixei uma das minhas maiores paixões de lado. Até água eu deixei de tomar, para evitar sentir vontade de ir ao banheiro”, afirma.
Adriane conta que nunca deixou de sair, mas que a incontinência também a limitava em diversas situações: “Eu via as pessoas pulando e dançando e sabia que não poderia agir da mesma forma”.
Aprendendo a lidar com a incontinência
Áurea só se deu conta de que a incontinência era algo comum e não deveria ser motivo de vergonha quando sua irmã revelou que passava pela mesma situação. A partir daí, ela se sentiu mais à vontade em falar sobre o assunto e procurar por soluções que a ajudassem a conviver melhor com a incontinência. “Lendo sobre o tema, vi uma matéria que falava sobre absorventes específicos para minha condição e comecei a me abrir para essa possibilidade”, relembra.

Adriane, que hoje convive com a condição sem preocupações, diz que é importante que as mulheres saibam que não são as únicas a passar por isso: “É fundamental que elas pesquisem e consigam se libertar. A incontinência é uma dificuldade que não tem idade e conversar com a família e o companheiro a respeito ajuda muito”.
“Hoje, conseguindo falar abertamente sobre isso e sabendo que existem soluções para que eu me sinta mais confortável, passei a viver bem melhor. A incontinência me deu coragem para falar sobre muita coisa e me fez entender que eu tenho total liberdade em poder verbalizar tudo o que me incomoda”, finaliza Áurea.
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