
Lidando com perda de cabelo há anos, Jada Pinkett Smith teve sua aparência muito comentada recentemente após uma piada feita pelo humorista Chris Rock durante a cerimônia do Oscar desse ano. A atriz, que é esposa de Will Smith, decidiu raspar totalmente a cabeça em 2021 após notar que a queda havia se intensificado em uma parte da cabeça – e a questão, sobre a qual a própria atriz fala abertamente, se deve à alopecia, condição de saúde ainda relativamente misteriosa.
Jada Pinkett Smith tem alopecia
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Conforme a própria atriz relatou em 2018 durante um episódio do reality da família, “Red Table Talk” (Facebook), Jada Pinkett Smith lida com a perda dos cabelos há anos. No relato, ela contou que, quando tudo começou, ela perdia grandes tufos de fios durante o banho – algo que a fez adotar cabelos bem curtos de forma a disfarçar o problema. Tudo isso, segundo a esposa de Will Smith, foi causado por alopecia, uma condição que afeta centenas de milhões de pessoas em todo o mundo.
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De acordo com informações do Ministério da Saúde, a alopecia ou calvície é a ausência, rarefação (fios escassos) ou queda dos cabelos ou pelos de forma transitória ou definitiva. Assim como acontece com Jada, a alopecia pode ser regional, afetando certas partes do couro cabeludo, ou total – e, segundo o médico tricologista Ademir Carvalho Júnior, tende a ser perceptível e diagnosticável quando já comprometeu de 35% a 30% da quantidade normal de cabelos.
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O que causa a alopecia: tipos da doença
Conforme explica o médico, a alopecia pode ser classificada primariamente entre cicatricial e não-cicatricial, e o segundo grupo se divide em outras três possíveis causas, cada uma com uma necessidade de abordagem diferente para o tratamento.
Alopecia cicatricial

Como o próprio nome indica, este tipo de alopecia acontece quando a área em que ocorre a queda foi “traumatizada” de alguma forma. “Ela não apresenta folículos ou eles foram destruídos por processos inflamatórios, agressões importantes, como tração excessiva, queimaduras e cortes”, afirma Ademir, frisando que este tipo requer mais urgência no diagnóstico, já que as células-tronco responsáveis pelo ciclo de crescimento capilar acabam, neste caso, sendo destruídas.
De forma geral, este tipo de alopecia pode estar relacionado a doenças como lúpus eritematoso cutâneo, foliculite decalvante, entre outras.
Alopecia não-cicatricial

Ao contrário do primeiro tipo da doença, esta alopecia não acontece em decorrência de condições ou traumas que prejudicam diretamente os folículos – e, aqui, a condição se divide em três possíveis causas:
- Alopecia areata: de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a alopecia areata condição é uma doença inflamatória em que diversos fatores podem estar envolvidos, como genética, reações autoimunes e questões emocionais. Em geral, não é possível prever a evolução da alopecia areata, mas como a doença apenas mantém os folículos inativos devido à inflamação, sem destruí-los, tratamentos podem fazer com que os fios voltem a crescer normalmente;
- Alopecia androgenética: neste caso, a instituição afirma que a queda de cabelos ocorre de forma geneticamente determinada, podendo ou não ter relação, por exemplo, com problemas hormonais (tanto em homens quanto em mulheres). Apesar de, em geral, se manifestar em idades mais avançadas (entre 40 e 50 anos), a alopecia androgenética já é ativa desde a adolescência, com o estímulo hormonal da puberdade – e, a cada ciclo dos fios de cabelo, eles crescem progressivamente mais finos. Neste caso, também é possível tratar o problema;
- Eflúvio telógeno: também segundo a SBD, o eflúvio telógeno consiste no aumento da perda diária de fios de cabelo, e pode ser tanto agudo quanto crônico. No caso do agudo, a queda dos cabelos está relacionada a alguma questão que aconteceu três meses antes do início do problema, como um parto, alguma infecção grave, perda de peso rápida, cirurgias (especialmente a bariátrica) ou estresse. Já no caso do eflúvio crônico, o paciente tem ciclos de perda de cabelo e, com o tempo, ele se torna mais volumoso na base e mais ralo no comprimento. Isso, por sua vez, pode ter relação com condições autoimunes, como a tireoidite de Hashimoto.
Quando buscar ajuda especializada
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De acordo com o dermatologista Werick França, o ideal é buscar auxílio médico ao notar um aumento significativo na quantidade de fios que caem no travesseiro, durante o banho ou ao pentear os cabelos, ou falhas no couro cabeludo.
Tratamento
Por ter uma série de possíveis causas, o tratamento da alopecia é diverso. Além da necessidade de tratar ou estabilizar o problema de base que desencadeia a perda de cabelos, a SBD afirma que é possível utilizar estimulantes de crescimento de uso tópico, bloqueadores hormonais, corticoides injetados localmente e até transplante capilar. É importante frisar, porém, que apesar de haver uma série de produtos conhecidos que prometem tratar a doença e são facilmente encontrados, é contraindicado utilizá-los sem avaliação médica.