O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) calcula que no Brasil pelo menos 1,2 milhão de pessoas sofrem de Alzheimer, doença neurodegenerativa que afeta diretamente o cérebro de modo lento e progressivo.
Pouco a pouco, as funções cognitivas dos pacientes com Alzheimer são destruídas, afetando atenção, memória, inteligência e linguagem. Ainda não existe cura para a doença e quem convive com uma pessoa portadora da condição sabe que ela é bastante desafiadora e transforma o ambiente familiar.
A perda de memória no Alzheimer vai dos fatos mais recentes para os mais antigos. A pessoa pode não se lembrar de algo que ocorreu há uma hora, mas é capaz de contar com detalhes algo que aconteceu muitos anos atrás, explica Mario Louzã, médico psicanalista do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, em São Paulo.
Os danos são irreversíveis e alteram todo o funcionamento intelectual, afetivo, comportamental e até mesmo físico da pessoa. O paciente perde a capacidade de pensar, aprender, lembrar, se comunicar e realizar suas atividades com autonomia, necessitando de cuidados constantes.
Como conviver com uma pessoa com Alzheimer
Como o Alzheimer não afeta as pessoas exatamente da mesma forma, os cuidados com o paciente vão depender muito de sua idade e de suas dificuldades próprias. No caso de pessoas mais jovens (mais raro), que ainda atuam profissionalmente e têm certa autonomia, o indicado é que elas continuem produzindo e mantenham a rotina normal até que a evolução da doença aponte para o contrário.
Quando os sintomas do Alzheimer ainda são leves, é indicado que o paciente realize passeios, frequente ambientes públicos e mantenha a socialização. As medidas podem diminuir o estresse e a ansiedade que acompanham a doença.
No dia a dia, é recomendável evitar cobrar decisões constantes do paciente. Mesmo as mais simples, como opções mais restritas de peças de roupas a usar ou escolhas mais limitadas de alimentos nas refeições. É válido ainda manter relógios por perto e janelas abertas para uma maior noção da passagem do tempo.
O paciente com Alzheimer não deve ser tratado como um inválido e, muito menos, como um bebê. Ele deve ser estimulado a colaborar com tarefas da casa e a exercitar a mente com jogos, leitura, cursos e ocupações como jardinagem ou pintura, por exemplo.
A manutenção de hábitos antigos também é recomendável, mesmo quando paciente não responde da mesma forma aos passatempos. Ler jornais e revistas e ver televisão pode ajudar, ainda que a pessoa não entenda completamente o que está sendo apresentado. Desde que, claro, a possível falta de compreensão não cause ansiedade ou estresse.
Em alguns casos, a evolução do Alzheimer pode fazer com que a pessoa tenha comportamentos agressivos. Neste momento é fundamental calma e atenção dos familiares, que devem tentar identificar as causas das atitudes negativas e, consequentemente, procurar evitar os gatilhos.
Alzheimer: como identificar e tentar evitar
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