Taxas altas no fígado entregaram doença silenciosa de Pérola Faria: pode levar ao óbito se não tratada

por | dez 4, 2024 | Saúde

Pérola Faria tem hepatite autoimune, tipo da doença que não requer contágio pelo vírus

Aos 33 anos de idade, a atriz Pérola Faria desabafou recentemente sobre o estado atual de saúde. Segundo ela, desde a gestação do filho, que tem dois anos, ela apresenta taxas altas no fígado – e, neste ano, ela teve o diagnóstico de hepatite autoimune. Saiba o que é essa doença silenciosa, por que ela acontece e como se manifesta.

Atriz Pérola Faria revela diagnóstico de hepatite autoimune

Recentemente, a atriz Pérola Faria fez um desabafo sobre uma condição de saúde que descobriu em julho deste ano. A artista tem hepatite autoimune, tipo de hepatite que não exige qualquer forma de contágio para acontecer – e, no Instagram, ela se abriu sobre a situação.

Segundo ela, tudo começou a partir da gravidez do filho. Joaquim veio ao mundo em 2022 e, desde a gestação, ela apresenta taxas altas no fígado. Os exames que tiveram esses resultados alterados são os que avaliam a atividade desse órgão e a saúde das células dele, os hepatócitos.

Pérola Faria (Crédito: Reprodução/Instagram)

Desde então, ela vem monitorando o problema até que, neste ano, teve o diagnóstico. “Foi um momento muito difícil, vivi uma grande incerteza de ter algo sério, pra vida toda, sem saber exatamente o resultado do tratamento”, afirmou a atriz, ressaltando que pesquisou muito sobre a doença e se surpreendeu com o que descobriu.

“Quanto mais eu me informava, mais me assustava por saber que é uma doença silenciosa e que já levou vários jovens a óbito por não ter o tratamento adequado”, compartilhou Pérola, que está fazendo um tratamento com corticoides, medicamentos que ajudam a reduzir inflamações e a resposta autoimune do corpo.

“Iniciei meu tratamento com doses altas de corticoide para diminuir a agressão que meu fígado estava sofrendo há dois anos. EU não abracei o diagnóstico, eu segui realista, mas vivi minha vida tentando não dramatizar o processo”, declarou a atirz.

hepatite autoimune
Pérola Faria e o filho, Joaquim (Crédito: Reprodução/Instagram)

Hepatite autoimune: o que é e quando acontece?

Enquanto a hepatite convencional é causada por um vírus (seja ele o da hepatite A, B, C, D ou E), a hepatite autoimune é uma resposta do organismo a uma “confusão” que ele mesmo faz. O sistema imunológico, responsável por defender o corpo de vírus, bactérias e outros micro-organismos, passa a reconhecer as células do fígado como perigosas e as ataca.

Sendo assim, a hepatite autoimune não requer necessariamente a infecção pelo vírus da hepatite para acontecer. Ela pode, no entanto, ser desencadeada por essa infecção. Outras possíveis causas não relacionadas com esse fator incluem questões genéticas e distúrbios do sistema imunológico.

Outra diferença entre esses tipos de hepatite está na prevenção e no tratamento. A hepatite convencional geralmente tem cura a partir de tratamento medicamentoso. Já a hepatite autoimune é uma doença crônica – ou seja: não há formas de curá-la, apenas de mantê-la sob controle.

Se não tratada, essa condição pode evoluir para casos mais graves como cirrose hepática ou insuficiência hepática, duas doenças que podem culminar em óbito.

hepatite autoimune
(Crédito: brgfx/Freepik)

Taxas altas no fígado sempre significam hepatite autoimune?

Nem sempre ter alterações nos exames de fígado – como taxas alteradas de bilirrubina, alanina aminotransferase, entre outras – significa um diagnóstico de hepatite crônica. Essas alterações também podem ocorrer, por exemplo, a partir de:

  • Distúrbios de tireoide;
  • Parasitoses (esquistossomose e giardíase, por exemplo);
  • Uso prolongado ou inadequado de medicamentos (como Paracetamol, antibióticos, estatinas, entre outros);
  • Doenças autoimunes;
  • Doenças metabólicas;
  • Esteatose hepática;
  • Cirrose hepática;
  • Hepatites virais.

Essas alterações requerem atendimento médico para melhor interpretação dos resultados e investigação correta. O especialista responsável pela saúde do fígado é o hepatologista.

Pessoa com desconforto abdominal (Crédito: Kindel Media/Pexels)

Sintomas

A hepatite autoimune nem sempre causa sintomas antes de evoluir para quadros mais graves. Entre os sintomas que podem aparecer, porém, é possível citar:

  • Pele e olhos amarelados (icterícia);
  • Alterações de apetite;
  • Dores nas articulações;
  • Erupções cutâneas nos cotovelos e joelhos;
  • Náuseas;
  • Fadiga constante;
  • Febre baixa persistente;
  • Dor abdominal (do lado direito).

Fatores de risco: quem pode ter hepatite autoimune

A hepatite autoimune é mais comum em mulheres e em pessoas que têm histórico familiar dessa ou outras doenças relacionadas ao sistema imunológico. Sendo assim, ter pessoas com doença de Crohn, lúpus ou artrite reumatoide na família, por exemplo, aumenta as chances de desenvolver esse tipo de hepatite.

A exposição a determinados vírus também é um fator de risco, especialmente para quem já tem predisposição genética à doença.

Prevenção

Não há uma forma específica de prevenir esse tipo da doença, como é possível fazer com os demais tipos a partir de vacinas. Ainda assim, é importante que pessoas com histórico de doenças autoimunes na família, ou que já tenham algum distúrbio do sistema imunológico diagnosticado, mantenham o acompanhamento médico em dia.

Também convém melhorar os hábitos. Manter uma dieta equilibrada, fazer controle do peso e evitar o álcool e o tabagismo são hábitos desejáveis para a prevenção de diversas condições de saúde.

(Crédito: Scott Warman/Unsplash)

Tratamento de hepatite autoimune

Como essa doença não tem cura, o tratamento visa manter suas manifestações sob controle. Isso serve para evitar danos no fígado e consequente evolução negativa do quadro. Nesses casos, utiliza-se geralmente medicamentos imunossupressores (que diminuem a atividade do sistema imunológico) e corticoides.

Em alguns casos, pode ser necessário realizar um transplante de fígado. Isso acontece quando a doença evolui para um quadro sério, como o de cirrose hepática ou insuficiência hepática. O transplante não cura a doença autoimune, apenas a condição decorrente dela.

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