Da infância à maturidade, as mudanças físicas e hormonais nas mulheres pedem atenção e cuidados. Em cada etapa há a necessidade de medidas específicas para a manutenção da saúde e da qualidade de vida, desde a primeira menstruação até a menopausa.
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O ginecologista Edmund Baracat, coordenador do Instituto da Mulher do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, diz que é importante conhecer o próprio corpo, buscar orientações profissionais, realizar consultas com o ginecologista e fazer exames periódicos. “Alimentação saudável, atividades físicas, evitar excessos e sempre buscar o acompanhamento médico são dicas válidas para todas as mulheres. O foco de atenção pode até mudar, de acordo com o desenvolvimento e a faixa etária da mulher, mas o fato é que o cuidado precisa ser constante em todas as etapas da vida”, afirma.
Recomendações médicas em cada fase da vida
Infância e adolescência
Orientação quanto ao ato sexual é indispensável após a primeira menstruação
“No período após a primeira menstruação, que em geral ocorre entre 11 e 12 anos, além de esclarecer dúvidas relacionadas às mudanças pelas quais a jovem está passando, a orientação quanto ao ato sexual é indispensável. Deve-se falar sobre métodos contraceptivos e, da mesma forma, sobre a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs)”, explica.
Antes do início das atividades sexuais, deve ser realizada a imunização contra o HPV (papilomavírus humano), que está ligado às lesões precursoras do câncer do colo do útero. “Esta é uma medida preventiva obrigatória para as meninas que estão evoluindo para o estágio reprodutivo”, diz.
Também nesta fase deve ser investigada a existência de ovários policísticos. “Grande causa de infertilidade, esta síndrome provoca alterações menstruais, aumento na produção de androgênio e, com isso, o aumento nos pelos corporais, acne e ganho de peso. Esta síndrome associa- se a alterações metabólicas que podem, posteriormente, causar o surgimento da síndrome metabólica, diabetes, entre outras”, afirma.
Idade reprodutiva
Exames preventivos devem ser realizados no período reprodutivo
No período reprodutivo, que vai do final da adolescência ao início da transição menopausal, além de precauções quanto às DSTs, orientações sobre planejamento familiar e os primeiros exames para rastreamento de câncer de colo uterino, é importante ter atenção para alterações que podem sinalizar a presença de doenças.
“A endometriose, por exemplo, é uma doença de fundo hormonal e que compromete o sistema genital feminino. Tem um quadro clínico de dor forte e progressiva durante a menstruação. Muitas vezes, a doença associa-se à infertilidade e, infelizmente, não há qualquer tipo de prevenção. Mas, assim como ocorre com outras doenças, o diagnóstico precoce pode ajudar no tratamento”, garante.
A dor durante a menstruação, quando ocorre por volta dos 30 ou 35 anos, pode sinalizar também a presença de tumores reprodutivos benignos, como um mioma no útero. Por isso a importância de exames preventivos, como o Papanicolaou.
Maturidade
Depois dos 50 anos alguns exames periódicos são necessários
O médico explica que, depois dos 40 anos, a mulher pode começar a apresentar deficiência na produção de estrogênio e de progesterona. Nesta fase podem ocorrer alterações menstruais e ondas de calor. As visitas ao ginecologista, que até então ocorriam uma vez ao ano, devem passar a ser realizadas pelo menos uma vez por semestre, para manter as ações de rastreamento para câncer do colo do útero e iniciar um trabalho de detecção precoce do câncer de mama.
“Mamografias e rastreamento de doenças como mioma no útero precisam ser realizadas periodicamente. Depois dos 50 anos, pode ser necessário também o acompanhamento de doenças benignas relacionadas a complicações no pós-parto normal e que, geralmente, surgem nesta faixa etária, como a chamada ‘bexiga caída’, a ruptura de períneo e o prolapso uterino, por exemplo”, diz.
Senilidade
Depois dos 60 anos algumas doenças são mais frequentes nas mulheres
A última menstruação marca a entrada da mulher na menopausa. “Além das chamadas ondas de calor e de alterações na esfera psíquica, como o aumento da irritabilidade, por exemplo, nesta fase, as mulheres precisam manter monitoramento para doenças ósseas e metabólicas e, da mesma forma, fazer acompanhamento para diagnóstico da síndrome de Alzheimer, doença que pode acontecer depois dos 60 anos e é mais frequente na mulher do que no homem”, finaliza.