Em todos os estados brasileiros, desde abril deste ano, o uso de máscara deixou se ser obrigatório dentro das academias. Mas muita gente ainda se pergunta: será que é realmente seguro se exercitar em ambientes fechados sem o acessório de proteção?
Vírus da Covid-19 se espalha mais rapidamente na academia
Um estudo sobre respiração e atividade física realizado pela Universidade Técnica de Munique, na Alemanha, jogou luz sobre o tema e concluiu que ar da academia é mais propenso à transmissão de Covid-19 por um motivo bem simples: durante os exercícios, as pessoas expelem um número maior de partículas de aerossol, aumentando assim os riscos de contaminação.
Suspensas em névoa dos pulmões, as partículas de aerossol são pedaços minúsculos de matéria que, quando soltos no ar, podem transmitir o vírus se a pessoa estiver infectada.
De acordo com a pesquisa, publicada em maio pela revista Proceedings of the National Academy of Sciences, as pessoas expiravam, em repouso, cerca de 500 partículas por minuto. No entanto, durante uma atividade física, o total chegava a mais de 76 mil partículas por minuto, em média, durante o esforço mais exaustivo.
Para medir a emissão de aerossóis, os cientistas usaram bicicletas ergométricas e um grupo de ciclistas com máscaras de silicone que capturavam suas respirações exaladas, enviando o ar através de tubos para uma máquina que contava cada partícula ao longo do tempo. A medição também foi feita com os voluntários em descanso.
Os pesquisadores já esperavam que haveria aumento na produção de aerossol durante o exercício, mas o aumento expressivo na quantidade foi considerado surpreendente.
Henning Wackerhage, principal autor do levantamento, afirmou que o ideal é que esse tipo de atividade física mais intensa seja realizada em locais abertos. No entanto, se isso não for possível, devem ser realizados testes para garantir, por exemplo, que não haja pessoas infectadas na sala.
“Os praticantes devem manter distanciamento e o ar condicionado deve funcionar com alta rotatividade de ar. Além disso, uma intensidade mais baixa e uma duração de treinamento mais curta reduzem o risco de infecção”, explicou Wackerhage em comunicado da universidade.