Homem sobrevive 105 dias usando coração de titânio até conseguir novo órgão

Australiano foi o primeiro paciente a receber alta hospitalar após ganhar o coração de titânio – e também foi o que sobreviveu mais tempo com ele

Pela primeira vez desde a invenção do BiVACOR, dispositivo de titânio que substitui um coração no corpo humano, um homem sobreviveu 100 dias usando o equipamento. Sofrendo de falência cardíaca grave, ele poderia não sobreviver à espera por um transplante definitivo – e, até conseguir, contou com o coração de titânio para mantê-lo vivo.

Homem sobrevive 105 dias com coração de titânio

Sexto paciente no mundo a receber o equipamento, um homem australiano que não quis se identificar sobreviveu por 105 dias usando um coração de titânio. O BiVACOR, dispositivo que substitui as funções de um coração, foi usado para ganhar tempo até que ele conseguisse um órgão definitivo – algo que aconteceu.

(Crédito: Divulgação/BiVACOR)

Segundo informações divulgadas pela Universidade de Monash, na Austrália, o paciente já estava internado devido a um quadro de falência cardíaca grave. Ele recebeu o coração de titânio em 22 de novembro de 2024 e vinha, desde então, sobrevivendo sem o órgão “verdadeiro”. Ele foi o primeiro paciente a receber alta hospitalar com o dispositivo.

Após semanas em observação na UTI, o homem pôde deixar o hospital no início de fevereiro de 2025, ainda à espera de um órgão definitivo. Já em março do mesmo ano, o BiVACOR foi removido após um doador compatível ser detectado. Atualmente, o paciente já está com o novo coração e se recupera do transplante.

O primeiro implante de coração de titânio aconteceu em julho de 2024. Desde então, cinco outros transplantes com o equipamento aconteceram, sendo quatro nos Estados Unidos e um, o último, na Austrália. Diante do sucesso dos procedimentos, pesquisadores creem que o BiVACOR pode se tornar uma esperança para quem tem problemas graves no coração.

Coração de titânio
(Crédito: Divulgação/BiVACOR)

Atualmente, o equipamento serve como uma forma de ganhar tempo para pacientes que aguardam um coração. Há esperanças, porém, de que no futuro o item poderá ser usado sem a necessidade de substituição por um órgão humano.

Coração de titânio: como funciona

O BiVACOR substitui completamente as funções do coração. Ele é uma bomba contínua que, por mecanismos magnéticos, faz o sangue circular pelo corpo de forma ritmada como o órgão verdadeiro.

O dispositivo é totalmente de titânio e pesa cerca de 650 gramas, funcionando à base de uma bateria externa que se conecta ao coração por um fio no peito do paciente. Essa bateria dura cerca de quatro horas e espera-se que, no futuro, trocá-la não seja necessário.

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