O congelamento de tumor para tratar câncer de mama já é uma realidade em vários países e, recentemente, ocorreu pela 1ª vez em um hospital público brasileiro
O tratamento do câncer de mama é, em geral, cirúrgico e somado a técnicas complementares como quimioterapia e radioterapia. Há, no entanto, a possibilidade de se realizar um congelamento do tumor – e esse procedimento, chamado de crioablação, foi realizado recentemente pela 1ª vez em um hospital público brasileiro com eficácia de 100%.
Pesquisadores testam congelamento para tratar câncer de mama
Já utilizada em países como Estados Unidos, Japão, Itália e Israel para tratar câncer de mama, a crioablação é um procedimento que congela o tumor. Isso ocorre a temperaturas baixíssimas por meio de uma agulha em um procedimento similar ao de uma biópsia, sem necessidade de incisões – e, recentemente, ele foi utilizado pela 1ª vez em um hospital público brasileiro.
O procedimento aconteceu pelas mãos dos professores Vanessa Sanvido e Afonso Nazário, da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp), em São Paulo, e é parte de uma série de testes clínicos que dão continuidade à pesquisa de pós-doutorado da professora. A ideia da equipe é avaliar e comprovar a eficácia do tratamento em diversos cenários. Dessa forma, futuramente, pode haver a inclusão dele pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e pelo rol da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
Resultados do congelamento de tumor de de câncer de mama
Conforme explica o comunicado da Unifesp sobre a crioablação, são feitos três ciclos de 10 minutos alternando o congelamento e o descongelamento do tumor mamário. Aqui, utiliza-se uma agulha para levar nitrogênio líquido ao tumor em uma temperatura de -140°C. Isso forma uma esfera de gelo que destrói o tumor. O procedimento não requer internação nem anestesia geral – e os resultados foram animadores.
Na primeira parte do estudo, os pesquisadores realizaram a crioablação seguida de cirurgia. Essa etapa atuou em cerca de 60 casos de câncer de mama e teve eficácia de 100% para tumores menores que 2 centímetros. Já na fase atual do estudo, a crioablação não será seguida de cirurgia. Esse grupo será então comparado com outro de pacientes nos quais é feita a cirurgia tradicional.
Nessa fase, mais de 700 pacientes participarão da pesquisa em 15 centros de saúde de São Paulo, segundo a professora.