Pela primeira vez na história, cientistas conseguiram deixar 30 anos mais jovens as células da pele de uma mulher de 53. A pesquisa pode não apenas beneficiar tratamentos estéticos, mas também revolucionar a medicina regenerativa.
Técnica que rejuvenesce a pele pode prevenir doenças
Conduzido por estudiosos da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, o trabalho científico é baseado na mesma técnica de reprogramação celular que, nos anos 1990, criou Dolly, a primeira ovelha clonada.
A capacidade de transformar células-tronco, que surgem no início do embrião, em células específicas é uma das chaves para reparar células que foram danificadas com o envelhecimento.
Assim, problemas cardíacos e neurológicos, comuns ao avanço da idade, se tornam mais fáceis de serem prevenidos e tratados.
As células-tronco podem se transformar em todo tipo de tecido do organismo humano. Porém, até então, apenas células da pele ou fibroblastos (células envolvidas na cicatrização) foram reprogramados em laboratório.
Ainda em fase inicial, o estudo de Cambridge criou um novo método em que os fibroblastos, expostos a moléculas batizadas de fatores de Yamanaka, perderam os marcadores do envelhecimento, mas mantiveram as funções das células da pele, como a produção de colágeno.
Em seguida, os cientistas procuraram por alterações nos marcadores de envelhecimento e, por essas medidas, a célula observada da mulher de 53 anos era semelhante à de alguém de 23 anos, tanto no aspecto quanto no funcionamento.
Os pesquisadores acreditam que a mesma técnica pode trazer resultados semelhantes a outros tecidos do corpo. “Conseguiremos identificar os genes específicos que rejuvenescem sem ter de reprogramar a célula”, disse em comunicado Wolf Reik, principal autor do estudo, publicado na revista eLife em 8 de abril de 2022.