Câncer de Alex Atala fez maior chef brasileiro perder dois terços da pálpebra: entenda o quadro

por | dez 6, 2024 | Saúde

Chef Alex Atala teve câncer na pálpebra, condição considerada rara, e atualizou o estado de saúde

Aos 56 anos, o renomado chef Alex Atala revelou recentemente que teve um câncer. Sem dar grandes detalhes da doença, ele afirmou que, graças a ela, teve de passar por uma cirurgia delicada na qual perdeu dois terços de uma das pálpebras. Entenda o quadro de saúde do chef abaixo:

Chef Alex Atala revela que teve câncer

câncer na pálpebra
Alex Atala (Crédito: Juan Manuel Serrano Arce/Getty Images)

Criador do famoso restaurante D.O.M., em São Paulo, o chef Alex Atala revelou que teve, em 2023, um câncer. Em entrevista especial à “GQ”, ele detalhou a situação. “Passei por uma cirurgia de sete horas no ano passado, perdi dois terços da pálpebra, mas estou zerado”, declarou o chef.

Câncer de Alex Atala: entenda o câncer na pálpebra

A remoção de parte da pálpebra no tratamento de câncer indica um câncer de pálpebra. Os cânceres que afetam essa parte do rosto são os de pele, e é bastante raro que a área atingida pela doente seja a pálpebra.

Em boa parte dos casos, é possível tratar essa doença com radioterapia. Em outros, porém, a cirurgia é necessária. Razões que podem levar à necessidade de operar a pálpebra incluem:

  • Tumor muito grande;
  • Proximidade com estruturas essenciais do olho;
  • Falta de resposta à radioterapia;
  • Invasão de tecidos mais profundos da pálpebra, como a conjuntiva (membrana interna dela).

Tipos de câncer na pálpebra

Cânceres na pálpebra são, geralmente, cânceres de pele. Eles podem afetar a parte externa dessa parte do olho, ou até a conjuntiva. Essa camada fica na parte interior da pálpebra, é transparente e recobre a parte branca do olho (esclera).

Os cânceres que podem afetar a pálpebra são:

Carcinoma basocelular (CBC)

Tipo mais comum de câncer de pele, ele é o que atinge a pálpebra com mais frequência. Ele geralmente não é tão agressivo, e casos nos quais ele cresce localmente de forma exagerada são raros. O tratamento consiste na retirada do tumor e, se necessário, parte da pálpebra.

Alex Atala (Crédito: NELSON ALMEIDA/AFP via Getty Images)

Melanoma de pálpebra

Esse câncer tem esse nome por se originar nos melanócitos, células da pele responsáveis pela produção de melanina. O melanoma é um tipo geralmente agressivo de câncer de pele, e o tratamento também inclui a remoção do tumor.

Sarcoma de pálpebra

Sarcomas são cânceres que se originam em células das partes moles do corpo, como gordura, músculos, articulações e mais. No caso do sarcoma de pálpebra, o tumor pode ter origem em músculos da região ou vasos sanguíneos. Esse câncer pode ser agressivo, tende a pedir a remoção de parte significativa da pálpebra e pode exigir também radioterapia.

Carcinoma espinocelular (CEC) (carcinoma de células escamosas)

Parecido com o carcinoma basocelular, esse câncer é um pouco mais agressivo, com maior potencial de desenvolver metástases. Ele pode também se infiltrar mais no olho, afetando tecidos adjacentes e chegando até aos ossos. Nesses casos, a remoção de parte da pálpebra pode ser essencial para prevenir que ele se espalhe.

Carcinoma sebáceo

Esse tipo raro de câncer nasce das células epiteliais que produzem sebo em glândulas próximas ao olho. Ele é mais comum na pálpebra superior e também pode exigir a remoção de parte dela.

Carcinoma de Merkel

Outro tipo raro de câncer, esse tipo de carcinoma se espalha rapidamente e tende a afetar pessoas mais idosas.

Tumores metastáticos

Em casos bastante raros, o câncer na pálpebra pode ter origem em outro tipo de câncer que acontece no corpo. Isso é o que se chama de metástase, algo que ocorre quando células cancerosas agressivas viajam pelo corpo e afetam outros tecidos que não o de origem.

câncer na pálpebra
Chef teve câncer na pálpebra (Crédito: ASG/AFP via Getty Images)

Fatores de risco e sintomas do câncer de pálpebra

O principal fator de risco para o câncer de pálpebra é a exposição exagerada e frequente à luz solar. Sendo assim, pessoas que têm o hábito de tomar sol por períodos prolongados frequentemente, ou trabalham ao ar livre sem proteção estão mais sujeitas.

Além disso, pessoas brancas, idosas, imunossuprimidas ou que têm doenças de pele crônicas têm mais chances de desenvolver a doença, cujos sintomas variam de acordo com o tipo da doença e podem incluir:

Nódulo rígido na pálpebra, que pode ser da mesma cor da pele ou ter tonalidade diferente (como vermelho, marrom ou arroxeado). Esse nódulo pode ou não doer;

  • Deformidades na pálpebra;
  • Sinais de inflamação ou infecção na pele da pálpebra, como vermelhidão e secreção;
  • Alteração na textura da pele, que pode ficar mais “grossa”, com aparência escamosa;
  • Formação de crostas na pele da pálpebra;
  • Comprometimento da funcionalidade (dificuldade de fechar a pálpebra);
  • Sensação de corpo estranho no olho;
  • Alterações na função ocular (lacrimejamento excessivo ou olho seco, por exemplo).

É essencial lembrar, porém, que praticamente todos esses sintomas também podem estar associados a condições oculares ou de pele que são benignas. Problemas como conjuntivite, terçol, dermatite e outros também geram sinais parecidos. Sendo assim, é necessário buscar a avaliação de um médico para ter o diagnóstico correto.

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