Cera no ouvido: por que não remover? Entenda

por | jun 30, 2016 | Saúde

Considerada por muitas pessoas um sinônimo de sujeira, a cera de ouvido é um mecanismo do organismo para manter a saúde do sistema auditivo. Além de lubrificar a pele, a cera de ouvido evitar coceiras e dores na região do ouvido.

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Barreira

Segundo a otorrinolaringologista Rita de Cássia Cassou Guimarães, a cera ainda impede a entrada de bactérias, fungos e insetos. A camada de gordura formada pela secreção ainda projete o sistema auditivo de corpos estranhos, água e até mesmo queimaduras.

Por isso, não é indicado remover o cerume com cotonetes. “Quando uma pessoa limpa os ouvidos com hastes flexíveis, fica vulnerável a otites externas e sangramentos. Objetos pontiagudos podem causar lesões na membrana timpânica, como a perfuração do tímpano e até surdez”, completa. Além disso, usar frequentemente hastes flexíveis pode acabar empurrando a cera para o fundo do canal auditivo, próximo ao tímpano.

Sem excesso

De acordo com a especialista, o ouvido possui um sistema de limpeza próprio que expele o excesso de cera produzido. “O organismo tem um processo eficiente de autolimpeza, sem precisar de ajuda externa” explica ela. Se houver excesso de cerume, o indicado é consultar um médico.

O uso de cotonete pode danificar o sistema auditivo / Crédito: Thinkstock

Exceções

Segundo a otorrinolaringologista, a remoção da cera é indicada em dois casos específicos. “Pessoas que produzem cera em excesso ou possuem o canal auditivo muito estreito deve retirar a cera com a ajuda de um especialista porque o cerume pode tampar o canal e causar dificuldades na audição e zumbido“, acrescenta.

Limpeza

As pessoas que não produzem cera em excesso e que desejam “limpar” os ouvidos devem optar por água corrente e sabão neutro durante o banho sem dirigir o jato do chuveiro dentro dos ouvidos.  “Após o banho, o ideal é enxugar bem a região com uma toalha, somente até onde o dedo alcançar sem introduzir nada nos canais auditivos”, afirma Rita.