Ao longo da vida é comum que o útero de muitas mulheres seja confrontado com algumas inflamações – mais ou menos graves. Quando ocorre no colo do útero, a inflamação é chamada de cervicite.
Se não é tratada corretamente, a cervicite pode virar uma inflamação crônica, causando uma ferida no colo do útero – algo geralmente comum a jovens e gestantes. Essa condição pode levar, em alguns casos, à necessidade de cauterização da ferida.
Ferida no colo do útero
O nome científico para a ferida no colo do útero é ectopia cervical ou ectrópio. É importante chamar a ferida pelo nome científico para não causar a impressão de que qualquer lesão ou ferida no colo do útero precise de cauterização.
De acordo com a ginecologista Dra. Maria Elisa Noriler, as razões para o aparecimento de feridas podem estar relacionadas a infecção de fungo, bactéria, protozoário e até mesmo pelo papilomavírus humano (HPV). Ela também pode ser ocasionadas por alterações hormonais e pelo uso de anticoncepcional.
Cauterização no útero
O que é?
A cauterização consiste na queimadura do ectrópio a fim de estimular sua regeneração.
Quando é necessária?
Não é sempre que o ectrópio representa uma ameaça, por isso é importante saber identificar em quais circunstâncias a cauterização é necessária. De acordo com a Sociedade Americana de Colposcopia e Patologia Cervical, a cauterização é indicada nos casos em que há a chamada lesão de baixo grau causada por HPV ou NIC 1 – que persiste após dois anos de acompanhamento. Além desse quadro, há outros indícios que tornam a cauterização mais indicada:
Secreção e infecções
A ferida costuma ser submetida ao procedimento na ocorrência de secreção excessiva.
Sangramentos atípicos
Se a mulher apresentar sintomas como sangramento durante ou após as relações sexuais, sangramentos anormais fora do período menstrual e corrimentos recorrentes a necessidade de cauterização aumenta.
Como é feita a caracterização?
Há diversas técnicas que podem ser utilizadas para realizar uma cauterização, algumas mais invasivas do que outras:
Laser
A cauterização a laser é uma das mais conhecidas e costuma ser bastante utilizada devido a precisão com que é possível queimar o tecido comprometido. Entretanto, apesar da precisão, um dos riscos que a técnica apresenta é de afetar tecidos saudáveis.
Eletrocautério ou criocauterização
Médotos como eletrocautério ou criocauterização também são eficazes, porém são mais invasivos – podendo resultar em corrimento vaginal abundante por algumas semanas. Além disso, métodos invasivos podem comprometer a fertilidade da mulher ou dificultar o trabalho de parto, uma vez que agem diretamente no canal vaginal.
Cauterização química
Outra alternativa é a cauterização química, feita por meio de agentes químicos, como cremes, ácidos, géis, comprimidos ou óvulos supositório.
Decisão médica
É importante ter em mente que a escolha da técnica dependerá de diversos fatores e deve ser considerada individualmente de acordo com a avaliação médica.
Recuperação
A recuperação após uma cauterização pode acontecer em algumas semanas. De acordo com o método realizado pode haver sangramento, corrimento e cólica. A mulher deve se manter sem relações sexuais, evitar banhos de mar e de piscina até a liberação médica. É fundamental manter visitas regulares a ginecologista e esclarecer dúvidas.
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