Dez meses após o anúncio de que se afastaria do ofício devido a afasia, sintoma de questões neurológicas que se manifesta com dificuldades de fala, o ator Bruce Willis teve seu diagnóstico revelado pela família.
Em um comunicado publicado no site da Associação para Degeneração Frontotemporal, familiares do ator afirmaram que ele foi diagnosticado com demência frontotemporal, que tem afasia como um dos sintomas.
Família divulga doença de Bruce Willis
Foi divulgado nesta quinta-feira (16) o diagnóstico do ator Bruce Willis, responsável pelo sintoma de afasia que o fez se aposentar em março de 2022. Em um comunicado, a família do ator afirmou que ele tem DFT, demência frontotemporal, e que o diagnóstico foi fechado conforme se investigava a afasia.
“Desde que anunciamos o diagnóstico de afasia do Bruce em 2022, a condição dele progrediu e agora nós temos um diagnóstico mais específico: demência frontotemporal. Infelizmente, desafios com comunicação são apenas um dos sintomas da doença que Bruce enfrenta. Ao mesmo tempo em que isso é doloroso, é um alívio finalmente ter um diagnóstico claro”, diz a nota.
Além disso, a família afirma também que a revelação se deve ao desejo que Bruce sempre manifestou de usar a própria voz para ajudar outras pessoas e conscientizar o público sobre questões importantes.
“Nós sabemos nos nossos corações que – se ele pudesse, hoje – gostaria de trazer atenção global e criar conexão com aqueles que também estão lidando com esta doença debilitante”, pontua a nota.
Por fim, os familiares do ator agradeceram ao público pelas mensagens carinhosas enviadas a Bruce Willis.
“Ficamos muito emocionados com o amor que vocês todos mandaram ao nosso querido marido, pai e amigo durante estes tempos difíceis. A compaixão, a empatia e o respeito vão possibilitar que possamos ajudar Bruce a viver uma vida o mais completa quanto for possível”, diz o texto.
Demência frontotemporal: o que é e como se manifesta?
De acordo com informações da The Association for Frontotemporal Degeneration, órgão norte-americano que se dedica a conscientizar sobre a doença e oferecer opções a familiares de pessoas diagnosticadas com ela, a DFT é o tipo de demência mais comum em pessoas com menos de 60 anos.
Também conhecida como Doença de Pick, a doença tem uma série de subtipos, mas, de forma geral, corresponde a um grupo de distúrbios que afetam o lobo frontal e/ou temporal do cérebro. Com isso, uma série de sintomas surge – e, como a doença não tem cura ou tratamento, eles pioram progressivamente.
A DFT difere do Alzheimer, por exemplo, devido à idade em que costuma se manifestar e alguns de seus sintomas. No caso deste tipo de demência, o diagnóstico pode acontecer entre os 21 e os 80, mas costuma ocorrer entre 45 e 64. Por acontecer, em geral, mais cedo que o Alzheimer, o distúrbio tende a gerar um impacto maior na carreira e na vida familiar da pessoa afetada por ele.
Segundo o órgão, a doença se manifesta em alterações comportamentais, de linguagem e de movimento, trazendo sintomas como a afasia, caracterizada por problemas para transmitir em fala o que se pensa, ou para entender o que é dito por outros.
Conforme a doença progride, o paciente tende a vivenciar dificuldades em fazer planejamentos e organizar atividades e pode apresentar comportamentos inapropriados para certos ambientes, além de problemas para se comunicar com qualquer pessoa.
A DFT traz também maior suscetibilidade a certas complicações, como pneumonia, infecções e lesões devido a quedas, sendo a primeira doença a principal causa de morte de pessoas com este tipo de demência. A expectativa de vida após o diagnóstico fica entre 7 e 13 anos.
Tratamento
Embora não haja medicamentos ou terapias específicos para tratar a demência frontotemporal, a instituição afirma que há, sim, formas de tornar a vivência dos pacientes e familiares mais tranquila e proveitosa.
Indica-se, por exemplo, buscar atividades lúdicas que gerem entretenimento à pessoa afetada pela doença – algo especialmente efetivo quando a atividade em questão gera nostalgia. Um jogo de pôquer com regras simplificadas, por exemplo, pode ser algo positivo para pacientes que costumavam amar este tipo de jogo antes do diagnóstico.
Além disso, é imprescindível que a família tenha apoio para conseguir lidar de forma compreensiva com as mudanças de comportamento, bem como contornar alguns deles de forma a minimizá-los.