Nos últimos dias, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o Ministério da Saúde deram novos passos no manejo de pacientes com quadros leves e moderados da Covid-19. Após a autorização de uso emergencial de diversos remédios para casos mais graves, os órgãos liberaram o uso de dois medicamentos voltados para quadros leves – e, além disso, um deles foi inclusive incorporado pelo SUS (Sistema Único de Saúde), se tornando o primeiro a ser ofertado pelo próprio governo a pacientes.
Remédio para Covid-19: Brasil tem duas novas opções
Desde 2021, uma série de remédios para Covid-19 têm sido avaliados por órgãos reguladores no Brasil e, na última semana, mais dois entraram para a lista dos liberados para certos tipos de uso. No último dia 4 de maio, a Anvisa aprovou o uso emergencial do antiviral molnupiravir, enquanto dois dias depois, o chamado Paxlovid (nirmatrelvir e ritonavir) foi incluso pelo Ministério da Saúde no SUS – e ambos os medicamentos têm uma indicação específica.
De acordo com informações da Anvisa, o molnupiravir, desenvolvido pela farmacêutica Merck Sharp & Dohme (MSD), é um antiviral de uso oral que, em testes clínicos, demonstrou bons resultados em quadros de Covid-19 leves e moderados. Ao ser administrado, ele reduz as chances do vírus causador da doença, o Sars-CoV-2, se multiplicar no corpo – e, desta forma, ajuda a reduzir o risco de hospitalização ou mortes pela infecção.
A indicação do molnupiravir, por enquanto, é que ele seja usado especialmente em pacientes que, apesar de apresentarem quadros leves, têm alto risco de desenvolver quadros graves da doença e não têm indicação para outras opções de tratamento aprovadas. Restrito ao uso por adultos, ele só pode ser comprado e administrado sob prescrição médica e não deve ser usado por gestantes, lactantes ou em mulheres sob risco de engravidar (ou seja, que não usam métodos contraceptivos eficazes).
Autorizado para uso emergencial desde março deste ano, o Paxlovid acaba de se tornar o primeiro medicamento para Covid-19 a ser disponibilizado pelo SUS, e a indicação dele é bem parecida com a do molnupiravir. Segundo informações do Ministério da Saúde, um dos compostos do “coquetel”, o nirmatrelvir, impede a proliferação do Sars-CoV-2, enquanto o segundo, ritonavir, potencializa a ação do primeiro ao garantir que ele fique mais tempo na corrente sanguínea.
Assim como o molnupiravir, o Paxlovid também é administrado por via oral e indicado para pacientes com quadros leves e moderados de Covid-19, não-hospitalizados e com risco elevado de complicações. Além disso, ele não deve ser usado por gestantes nem pacientes com insuficiência ou falha renal, e a segurança de seu uso em crianças e adolescentes segue sendo testada.
Outros medicamentos para Covid-19
Estes, porém, não são os únicos remédios para Covid-19 disponíveis para uso no Brasil atualmente. Apesar de o Paxlovid ser o único oferecido pelo SUS, o Evusheld (tixagevimabe e cilgavimabe), o Remdesivir, o Baricitinib e o Sotrovimabe estão autorizados para uso emergencial, sendo o primeiro deles o único aprovado para a prevenção da doença em pacientes que não podem tomar a vacina e o último deles o único autorizado para uso em adolescentes (com mais de 12 anos).
Dentre eles, o Sotrovimabe é o único que visa casos leves a moderados – e os demais, por sua vez, têm indicação para gasos de maior gravidade.
