Alimento orgânico x alimento tradicional: qual é melhor?

Um alimento orgânico é aquele que, entre outras coisas, é cultivado em um ambiente que valorize a oferta de produtos saudáveis e de elevado valor nutricional, isento de qualquer contaminante que coloque em risco a vida do consumidor, do agricultor e do meio ambiente. Diferente dos alimentos tradicionais, os orgânicos são produzidos sem a utilização de adubos químicos e agrotóxicos e no seu processamento não é utilizada também nenhum tipo de radiação ionizante e aditivos químicos, como corantes e emulsificantes. No caso dos animais, devem ser criados sem o uso de drogas veterinárias, hormônios e antibióticos.

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Mas apesar de todos esses cuidados, será que os orgânicos apresentam mais vantagens nutricionais em relação aos alimentos tradicionais? A nutricionista Cyntia Bassi, do Hospital e Maternidade São Cristóvão, em São Paulo, afirma que sim. “O cuidado desde o cultivo até processamento garante maior valor nutricional. Um estudo americano demonstrou que as substâncias antioxidantes são mais bem preservadas nos alimentos orgânicos, podendo conter até 40% mais do que nos alimentos cultivados de forma tradicional. É possível que ainda que os alimentos cultivados sem produtos químicos acionem com maior frequência seus mecanismos de defesa natural contra ataques diversos, o que estimula a maior produção da substância que atua nos indivíduos, combatendo o envelhecimento do organismo. Além disso, o estudo demonstrou que as frutas orgânicas são mais saborosas, porque contém mais frutose, além de teor um pouco maior de vitaminas e minerais, como cálcio e potássio”, explica.

Os orgânicos também são melhores para a dieta. Um estudo realizado no Sul do Brasi apontou maior quantidade de fibras, ferro e selênio em alimentos cultivados de forma orgânica. E alimentos com maior teor de fibras aumentam a saciedade, reduzindo a sensação de fome.

Todas essas vantagens têm um preço, que costuma ser bem mais alto. De acordo com a nutricionista, deve-se levar em conta o custo-benefício, que é positivo. “Infelizmente o consumo integral de alimentos orgânicos pela maioria das famílias ainda é inviável, porque a responsabilidade social do agricultor com a preservação do meio ambiente e com a qualidade de vida dos funcionários, além da baixa oferta ao varejo, pode elevar o custo do produto entre 10 e 40%. Porém, a crescente escolha por esses alimentos tende a aumentar o crescimento da prática e a oferta, diminuindo consequentemente o preço para o consumidor”, afirma.

Para garantir a segurança na compra do alimento, o consumidor deve buscar produtos que contenham o selo que ateste o cultivo do alimento com práticas orgânicas. Também é importante reforçar que o alimento orgânico tem contato com meio ambiente e pode sofrer contaminação por bactérias que ocasionam problemas de saúde, por isso é necessário ficar atento à higienização antes do consumo. “Para frutas e hortaliças, a forma mais eficiente é através da utilização de água sanitária e água corrente. Para cada litro de água corrente, deve ser acrescentado uma colher de água sanitária, devendo deixar o alimento na solução por aproximadamente 15 minutos. Em seguida é necessário realizar um novo enxágue. A solução clorada pode substituir a água sanitária, pois também elimina as bactérias. Ainda não é possível encontrar no mercado soluções que eliminem o agrotóxico no processo de higienização”.

O vídeo tem algumas dicas para fazer uma compra saudável. Confira: