Energético no pré-treino

Bebida energética como pré-treino faz mal para o coração? Médico explica riscos

Consumir energético no pré-treino é um hábito comum, mas é preciso ter cuidado

Afinal, consumir bebida energética antes do treino faz mal? Devido a uma série de componentes, essas bebidas são frequentemente utilizadas como pré-treino em academias. Segundo cardiologista, porém, é preciso atenção para consumir esse tipo de produto – especialmente antes de praticar exercícios.

Energético no pré-treino faz mal?

A presença de substâncias como cafeína e taurina em energéticos faz com que algumas pessoas julguem essas bebidas como um bom pré-treino. Isso significa que bebidas assim são amplamente consumidas por quem pratica exercícios físicos – e logo antes das atividades começarem.

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Em geral, o objetivo é ter mais energia durante o treino, mas nem todos estão seguros ao fazer isso, conforme explica o médico Alexsandro Fagundes. O cardiologista, que é presidente da SOBRAC (Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas), conta que há, sim, possíveis riscos de bebidas energéticas para o coração.

Segundo ele, os riscos são amplos, mas maiores para alguns grupos de pessoas. “Quem está mais sujeito a ter complicações são pessoas que têm problemas cardíacos, arritmias prévias, que já esteja usando alguma medicação para controle do ritmo cardíaco, da pressão arterial, que tenha tendência a hipertensão e que eventualmente utilize essas bebidas em quantidade excessiva”, lista o médico.

Além disso, tomar bebidas energéticas antes de se exercitar pode ser especialmente prejudicial para pessoas com condições cardiovasculares prévias. Segundo o cardiologista Guilherme Renke, que também é médico do esporte, isso se dá porque, assim como energéticos, exercícios também elevam a frequência cardíaca.

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Praticar atividades físicas regularmente contribui com a saúde cardiovascular, visto que elas causam vasodilatação, aumentam a produção de glicoproteínas que reduzem inflamações crônicas e impulsionam o colesterol bom (HDL). O esforço extremo, porém, pode afetar negativamente o órgão conforme já existe alguma alteração de base.

“A pessoa já tem um problema estrutural ou na condução elétrica do coração, e ela é potencializada com o exercício máximo”, afirma ele, explicando que isso é mais comum durante atividades de alto rendimento.

Sendo assim, o combo de bebidas energéticas e exercício extenuante é de alto risco para quem tem condições como arritmia cardíaca, hipertensão, cardiopatias congênitas e mais.

Efeitos colaterais do energético: faz mal ao coração?

Conforme explica o médico Alexsandro Fagundes, bebidas energéticas aceleram o metabolismo e ajudam, por exemplo, a melhorar o estado de vigília – ou seja, ajudam a se manter acordado. Ainda assim, essa aceleração do metabolismo tem uma série de efeitos colaterais.

Energético no pré-treino
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“Essas bebidas aceleram a frequência cardíaca, aumentam o tônus adrenérgico, que regula o funcionamento do nosso sistema cardiovascular, aumentando a frequência cardíaca, a pressão arterial e a atividade cerebral”, declara o médico.

Entrar nesse estado com frequência quando já se tem uma tendência a problemas cardiovasculares coloca a pessoa em risco para infarto e outras complicações de saúde. É importante frisar que, caso a bebida seja misturada a álcool, o risco aumenta.

Quantidade segura de energético por dia

De acordo com o cardiologista, é importante se limitar a uma porção (latinha, por exemplo) ao dia, no máximo. É essencial também não misturar a substância com bebidas alcoólicas, já que isso amplia os riscos ligados ao consumo.

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