Sintomas de burnout ultrapassam o emocional e chegam até o físico: 8 sinais de alerta

por | jul 8, 2022 | Bem-estar

Saiba quais são os sintomas de burnout para reconhecer e tratar a condição a tempo de evitar complicações

Diretamente relacionada com a produtividade, a síndrome de burnout tem ganhado cada vez mais destaque. A condição se manifesta por conta do esgotamento físico e mental após a pessoa ser submetida a situações estressantes e geralmente relacionadas a demandas de trabalho.

Confira alguns sintomas que podem indicar a aproximação da síndrome:

Sintomas de burnout e sinais do esgotamento

Sintomas físicos do burnout

A psicoterapeuta Alessandra Augusto, especialista em terapia sistêmica e terapia cognitiva comportamental, explica que o quadro pode dar sinais não só no comportamento, mas também no corpo.

“A síndrome de burnout dá muitos sinais. Ela pode se manifestar fisicamente por meio do aumento da pressão arterial, episódios repentinos de taquicardia e aparecimento de manchas na pele”, explica.

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Síndrome de burnout (Crédito: Nataliya Vaitkevich/Pexels)

Ansiedade e irritação

Mas, como explica Alessandra, o burnout também afeta o comportamento do indivíduo. “Uma pessoa que sofre com isso pode, muitas vezes, ter uma crise de ansiedade ao desempenhar suas atividades, sentir muitas náuseas antes de iniciar uma atividade e irritar-se com facilidade”, afirma.

Cansaço físico e mental são sintomas de burnout

Quem sofre com a síndrome costuma ter a sensação de estar sempre cansado, seja física ou psicologicamente.

Produtividade excessiva e burnout

Diferente do que muitas pessoas pensam, a síndrome de burnout não leva à procrastinação, e sim a um aumento nocivo de produtividade.

“A procrastinação está relacionada à desmotivação de uma pessoa no trabalho, fazendo com que ela acredite que tem mais tempo para realizar as tarefas. O burnout, por sua vez, intensifica esse ritmo e faz com que o indivíduo exceda o tempo e queira adiantar e produzir o máximo que puder”, explica a especialista.

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Estresse relacionado ao trabalho (Crédito: Mikhail Nilov/Pexels)

A psicoterapeuta ressalta ainda que os profissionais que mais sofrem com o burnout são aqueles que lidam diretamente com pessoas e estão submetidos a situações de estresse, como professores, bombeiros e policiais.

Dificuldade para dormir

Quem sofre com a síndrome frequentemente enfrenta dificuldades para dormir. De acordo com o psiquiatra Adiel Rios, membro da Associação Brasileira de Psiquiatria, isso acontece por conta da alta demanda de trabalho, que prejudica a rotina de sono.

Por conta do volume excessivo de trabalho, o indivíduo não consegue ter uma rotina de sono regular, podendo levá-lo a um quadro de extrema exaustão.

Vale ressaltar que pessoas próximas à síndrome de burnout podem desenvolver insônia por conta da preocupação com as atividades.

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Exaustão provocada por trabalho (Crédito: Karolina Kaboompics/Pexels)

Sintomas de burnout no abuso de álcool e cigarro

O médico ressalta que um dos sintomas da síndrome do burnout, muitas vezes, é o abuso de álcool, tabaco e outras drogas.

“Isso acontece porque o indivíduo estressado vê nessas substâncias uma válvula de escape, um alívio. Mas é importante sempre ficar alerta a estas situações, porque o uso e abuso de drogas pode agravar ainda mais a condição física e mental da pessoa”, afirma.

Isolamento

Além disso, Alessandra explica que o isolamento também pode ser um indício de que o indivíduo esteja prestes a entrar em burnout. O sintoma surge, principalmente, em pessoas que têm dificuldades em delegar tarefas.

“Dentro do quadro de exaustão, muitos profissionais entendem que precisam “dar o melhor de si”, e se esgotarem nas atividades. Esse movimento de não dividir funções faz com que a pessoa mergulhe mais profundamente no trabalho, não conseguindo manter o equilíbrio com os demais âmbitos da vida, gerando perdas e afastamento da vida social e afetiva”, pontua a psicoterapeuta.

Mulher estressada (Crédito: Mizuno K/Pexels)

Depressão

A depressão aparece como sintoma uma vez que o indivíduo percebe que não consegue abraçar todas as tarefas e passa a se sentir incapaz.

“Nosso corpo e nossa mente possuem um limite de produtividade. Quando o organismo atinge esse pico e começa a falhar, a pessoa acaba entristecendo”, afirma Alessandra.

Diferença entre burnout, ansiedade e estresse

Quadros de estresse, sejam eles por conta de uma vida agitada, um trauma ou outros aspectos da vida podem gerar sintomas semelhantes à síndrome de burnout, mas a psicóloga ressalta que eles não são a mesma coisa.

“Estresses ditos comuns, fora do ambiente de trabalho, podem, sim, gerar sintomas parecidos. No entanto, a síndrome de burnout está diretamente ligada com a exaustão gerada por conta das intensas atividades de trabalho. Nomeamos desta forma ao identificarmos que esses sentimentos são provenientes do âmbito laboral”, afirma.

Irritação (Crédito: Ketut Subiyanto/Pexels)

Quanto à ansiedade, Alessandra garante que ela faz parte do quadro. “Ela está presente no burnout porque, naturalmente, a ansiedade está presente em nós. A gente não precisa dela para desempenhar atividades cotidianas, mas eventualmente ela aparece. No burnout é a mesma coisa, ela aparece em forma de cobrança, de atividades excessivas, então ela está lá”, diz.

Como prevenir e tratar a síndrome de burnout?

De acordo com os especialistas, para evitar o quadro é imprescindível encaixar momentos de descanso físico e mental na rotina, além de manter-se em contato com o ciclo familiar e de amizades.

“Caso a síndrome já esteja instalada, recomenda-se buscar auxílio especializado para avaliação e orientação quanto ao tratamento. Em casos crônicos, o uso de antidepressivos e ansiolíticos, a curto prazo, deverá ser indicado”, recomenda Adiel.

Preocupação e cansaço (Crédito: Nataliya Vaitkevich/Pexels)

A psicoterapia também é indicada, visto que junto ao profissional, a pessoa conseguirá um manejo duradouro de seus sentimentos, sintomas e queixas.

“O acompanhamento por meio da terapia é recomendado a longo prazo para que o indivíduo passe a entender que ele precisa trazer um equilíbrio entre as emoções e suas atividades laborais. Desta forma, o psicólogo consegue auxiliar a pessoa a gerenciar o tempo para que ela esteja presente no trabalho, mas também em sua vida social”, conclui Alessandra.

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