O vínculo entre animais de estimação e seus donos pode ser tão forte quanto o familiar.
A afirmação, de psicólogos da instituição médica norte-americana Cleveland Clinic, detalha que, por serem uma parte importante de nossas vidas e estarem inseridos na configuração familiar, a morte dos pets pode nos afetar de forma equivalente ou até maior que a perda de entes queridos. Tudo depende do nível de afinidade entre o dono e seu bichinho.
A psicologia tem estudado como a ausência dos pets em nosso cotidiano faz com que o luto seja tão intenso, buscando alternativas para atravessar essa fase difícil. A seguir, veja algumas dicas sobre como enfrentar o luto por animais de estimação e reflexões de especialistas no tema.
Luto por animais de estimação: como acontece
Para os que não possuem um bichinho de estimação, a ideia de proximidade familiar com um pet pode parecer exagero. Porém, especialistas afirmam que esse luto é tão “real” quanto a perda de pessoas próximas, e evitar enfrentá-lo ou ter vergonha do sentimento pode ser muito prejudicial à saúde.
A Cleveland Clinic explica as cinco fases do luto, que seguem o modelo do teórico Kübler-Ross: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Para a organização, a intensidade desse processo dependerá do relacionamento com seu pet e do vínculo gerado.
Mesmo que todos passem por essas fases, o enfrentamento de cada pessoa ao luto é muito íntimo. Por isso, é necessário entender seus sentimentos e explorar, com carinho e paciência, as melhores alternativas para atravessar esse momento difícil.
Segundo publicação da revista Scientific American, o luto agudo por um pet pode durar, em média, de dois meses a um ano. Se não enfrentado corretamente, o sentimento sufocado pode acabar trazendo prejuízos severos à saúde.
Isso pode acontecer porque a perda do animalzinho traz impactos diretos na vida do indivíduo. Surgem espaços vazios a serem preenchidos, como a quebra de rotinas concebidas junto ao animal (fazer caminhadas matinais com seu cão, acordar com o miado de seu gatinho, entre outras).
Perder animal de estimação quebra sistema de apoio
Um estudo da instituição de pesquisa norte-americana Human-Animal Bond atesta que ter um animal de estimação é bom para sua saúde, especialmente no que diz respeito à saúde mental.
Além da companhia, os pets reduzem a solidão e ajudam no enfrentamento a ansiedade e depressão. Seu apoio emocional é positivo para o bem-estar. Por isso, o luto vai além da dor emocional para também a quebra de um sistema de apoio.
Como enfrentar a perda de um animal de estimação?
O primeiro passo para enfrentar o luto de um animal de estimação é entender e aceitar esse sentimento, sabendo que ele é real, é válido e que não há vergonha alguma em se sentir triste.
Em seguida, é importante reorganizar a rotina e atividades diárias de forma que a separação de seu pet não fique tão presente. Se você fazia suas caminhadas matinais com ele, por exemplo, uma alternativa pode ser encontrar um amigo que se exercite com você em outro horário, ou traçar rotas diferentes de caminhada.
Memórias físicas, como um álbum de fotos, um espaço dedicado ao pet no jardim ou algum totem especial podem ser formas construtivas de expressar o luto. Além de ter algo que o lembre do animal, a pessoa poderá sentir que está “honrando” o pet, oferecendo um espaço ou símbolo de seu amor que estará por perto para sempre.
Conforme explica a Scientific American, o suporte social é um ingrediente fundamental para se recuperar do luto. Por isso, o processo de cura pode envolver desde conversas com amigos até grupos de apoio ao luto ou psicoterapia.