Atelofobia, o medo de ser “imperfeito” que gera pânico de errar

por | abr 1, 2022 | Bem-estar

Muitas pessoas se sentem pressionadas a ser perfeitas e temem não ser boas o bastante em diferentes aspectos da vida. Quando esse medo da imperfeição se transforma em fobia, é chamado de atelofobia — uma condição que pode levar a distúrbios mentais severos, como a depressão. Veja mais sobre essa fobia.

O que é a atelofobia?

Medo exagerado da imperfeição pode ser sinal de atelofobia
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A atelofobia é um medo exagerado de imperfeição. As pessoas que convivem com essa sensação tendem a temer fortemente a imprevisibilidade do futuro e se preocupam excessivamente com seus erros.

Em níveis mais severos, a condição pode levar a depressão, baixa autoestima ou ataques de pânico. Como outras fobias, a atelofobia é um tipo de transtorno de ansiedade.

Como a atelofobia se manifesta?

Pessoas com atelofobia tendem a fugir de situações em que podem errar
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Pessoas com atelofobia tendem a evitar qualquer situação em que se sintam ameaçadas, a fim de prevenir erros e manter a “ordem” em suas vidas.

Para fugir dos erros, pessoas com essa fobia podem abrir mão de várias oportunidades em suas vidas, seja na escola, trabalho, família ou vida social. Essa reação pode levar a pessoa a manifestar baixa autoestima, problemas sociais ou depressão.

A maior parte das fobias não tem causa específica, mas podem ser desenvolvidas:

– Após episódios traumáticos;
– Por histórico familiar de transtornos de ansiedade, doenças mentais ou fobias;
– Junto a outros transtornos mentais;
– Por consumo excessivo de álcool, drogas ou cafeína;
– Por convívio em um ambiente de alta pressão sobre perfeição.

Os sintomas da atelofobia podem ser tanto físicos quanto psicológicos, envolvendo:

– Irritabilidade;
– Burnout ou fadiga;
– Depressão;
– Isolamento social;
– Inabilidade de aceitar críticas;
– Inabilidade de se concentrar;
– Pessimismo, uma visão negativa de todas as situações;
– Ataques de pânico: sintomas como arrepios, tontura, suor excessivo, palpitações, náuseas, tremores no corpo, falta de ar ou indigestão podem ser sinais de uma crise.

Segundo informações da instituição médica Cleveland Clinic, a atelofobia pode estar associada a transtornos como ansiedade, como transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), estresse pós-traumático (PTSD) e hipocondria.

Como tratar a atelofobia?

Terapia pode auxiliar no tratamento da atelofobia
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Assim como parte das fobias e transtornos associados à ansiedade, as melhores formas de tratamento incluem:

– Terapia cognitivo-comportamental: esse método terapêutico foca na identificação de gatilhos de ansiedade, explorando o que você pensa sobre imperfeição e como pode lidar com experiências negativas;
– Mudanças no estilo de vida: uma dieta saudável e exercícios podem ajudar a diminuir os sentimentos negativos. Exercícios de respiração e ioga também podem ajudar a lidar com a ansiedade e ataques de pânico;
– Medicações: alguns remédios podem reduzir os sintomas de depressão e ansiedade que acompanham a atelofobia.

A melhor forma para definir como tratar a atelofobia é consultar um médico ou terapeuta. O acompanhamento psicoterapêutico pode ajudar a reduzir os sintomas de ansiedade.

Dados sobre fobias no mundo são escassos

Poucas pesquisas reúnem dados sobre fobias
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Mesmo frequentes, há pouquíssimos estudos no mundo sobre quantas pessoas são afetadas por fobias específicas.

Pesquisas de saúde mental da Organização Mundial da Saúde, reunidas no livro “The cross-national epidemiology of specific phobia in the World Mental Health Surveys”, publicado pela Universidade de Cambridge em 2017, revelam alguns dados sobre fobias.

Feitas entre 2001 e 2011 em 22 países, as pesquisas apontaram que fobias específicas são duas vezes mais comuns em mulheres, sendo a idade média de início dos sintomas aos 8 anos.

Comorbidades foram observadas em 60,5% dos pacientes com fobias associados na pesquisa, sendo o início das fobias o precedente de outros distúrbios em 72,6% dos casos.

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