Valores

por | jun 30, 2016 | Alimentação

Nossa saúde e bem-estar depende da nossa atuação no mundo e também do que recebemos dele. Todos fazemos parte de um mesmo campo e tudo que acontece no planeta afeta a todos, sem exceção, com dinâmicas as mais diversas. Nós somos únicos e temos valor diante da vida. Por que insistimos em adiar o reconhecimento disso?

Há algo que fazemos que ninguém mais faz de maneira tão excelente. Infelizmente a sociedade, refletindo o conjunto de comportamentos individuais, atribui e contabiliza valores para tudo, considerando alguns maiores e outros menores, sem levar em consideração que isso não passa de pura convenção e por isso mesmo é mutável ao longo do tempo…

Nós somos os primeiros a atribuir o valor que temos. Entretanto, nos habituamos a ouvir todo mundo a nossa volta, nos importando mais com os padrões de referência que foram passados a nós por terceiros, esquecendo-nos de fazer silêncio internamente e escutar nossa própria voz, contemplando-nos como somos realmente.

Diga às pessoas mais próximas o quanto elas são importantes para você. Habitue-se ao elogio sincero, e não à bajulação, pois todos notam a diferença entre os dois

A opinião do outro é válida e deve ser ouvida e analisada, mas sempre como apoio na busca de nossa própria verdade e realização. Isso é passo fundamental de exercício de nossa parcela de liberdade. (Atenção: não confundam liberdade com liberalidade, pois quem se enreda em vícios de qualquer natureza não é livre, mas, sim, escravo por auto-imposição).

Já dissemos antes que determinados condicionamentos mentais acarretam em um funcionamento orgânico que tende a perpetuar tais padrões, por serem considerados normais, já que estão mais frequentemente presentes. Pelo fato de convivermos em um mundo onde “tempo é dinheiro”, nos hipnotizamos, acreditando de fato que, se algo não gera dinheiro, não tem valor ou tem menor valor. Há valores, no entanto, que não podem ser mensurados e por isso não se pode atribuir peso ou preço.

Por isso é importante cultivar suas amizades, pois elas ajudarão a manter sua saúde mental e seu quinhão de bem-estar. Diga às pessoas mais próximas o quanto elas são importantes para você. Habitue-se ao elogio sincero, e não à bajulação, pois todos notam a diferença entre os dois. Quando dizemos algo do fundo de nosso coração a sinceridade transparece.

Não se iludam, o que faz que acordemos todos os dias é a esperança. Todos nós contribuímos para o mundo, saibamos disso ou não. Esta é a pura verdade. Se aprendermos isso evitaremos muitas mazelas físicas e mentais.

Há muito o que podemos fazer por nós mesmos e há coisas que não podem ser remediadas com pílulas que dispomos hoje e que nunca serão inventadas. Em nós mesmos é que mora nosso bem-estar, nossa felicidade e nossa paz e, em conseqüência, a do nosso mundo de relação e do nosso planeta.

Valorizemos a nós mesmos, respeitemos os outros, exercitemos tudo o quanto temos de bom e nos habituemos a buscar dentro de nós essas características. Só nós mesmos podemos e ninguém mais fará. Ficará lá o quanto quisermos esperar até que nos cansemos das muletas e assumamos o compromisso conosco, com a própria consciência, de sermos plenos e felizes.

Este texto é dedicado a Érico Vernot Amaral (1976-2007).