Terapias alternativas

Estar grávida traz ansiedades, medos e angústias. São inúmeras as transformações: a barriga e os seios crescem, vêm os enjoos seguidos das dores na coluna e o inchaço nas pernas. A libido se altera e a mulher pode sentir-se frágil e desprotegida. Para aliviar o estresse e garantir o bem-estar da gestante e seu bebê de forma natural e sem efeitos colaterais, uma mãozinha milenar: as terapias alternativas!

Apreensiva com a maternidade? Faça o curso Escola de Mães, na Universidade Feminina

Para auxiliar você na busca pela saúde e equilíbrio, preparamos um guia do bem-estar com os benefícios, cuidados e preços de variados tratamentos alternativos. Lembre-se de conversar com seu médico antes de iniciar qualquer atividade. O idealé procurar um local ou professor experiente em aulas específicas para gestantes. Depois, é só relaxar e curtir esse momento único.

a) Ioga

O que é: O ioga nasceu na Índia há pelo menos cinco mil anos antes de Cristo. Seu nome provém do sânscrito que significa união. ‘Através de exercícios de concentração, respiratórios, posturais, de relaxamento e meditação, o ioga visa o equilíbrio entre corpo e espírito, proporcionando maior estabilidade mental, aliviando o estresse e o mal-estar comuns da gestação’, explica Cibeleh Semente Una, terapeuta especialista em ioga e massagem ayurvédica do Buddha Spa, em São Paulo.

Benefícios: O ioga proporciona inúmeros benefícios físicos e emocionais à mulher durante e após a gestação. ‘Ele traz tranquilidade, mais elasticidade e tônus muscular à região pélvica (preparação para o parto) e previne dores lombares, já que ajusta a postura da gestante ao seu novo eixo de gravidade’, enumera Cibeleh. ‘Além disso, os exercícios trabalham a região peitoral, ajudando na preparação dos seios para a amamentação, aliviando a prisão de ventre e os gases, melhorando a circulação sanguínea e linfática da gestante, promovendo autoconhecimento e uma maior consciência corporal’, complementa Veena.

Até mesmo o pequeno sai ganhando. ‘Além de melhorar a oxigenação que chega até a criança, muitas posturas embalam o bebê, trazendo uma sensação de paz e aconchego, reforçada pelas endorfinas que recebe da mãe através do bem-estar gerado na execução dos exercícios’, justifica a especialista.

Contraindicações e cuidados: ‘Ainda que os exercícios de meditação e respiração possam ser feitos em qualquer fase da gestação, as posturas só devem ser realizadas a partir do terceiro mês de gestação (quando a gravidez está mais estável)’, aconselha Cristina Balzano Guimarães, fisioterapeuta e professora de ioga para gestantes da Casa Materna, em São Paulo.

Preço da sessão: A mensalidade custa em média R$ 230 (duas vezes por semana).

b) Fitoterapia

O que é: Tradição milenar de muitos povos, a fitoterapia recorre aos princípios ativos de plantas para a confecção de chás e comprimidos com propriedades terapêuticas.

Benefícios: Na gestação, as plantas oferecem uma poderosa solução para muitas transformações do período, como: náuseas, vômitos, azias, prisão de ventre, enxaquecas, estrias, inchaço, insônia e até mesmo o estresse. Um bom exemplo do poder das plantas é o chá de camomila, comumente usado para aliviar os enjôos do primeiro trimestre de gestação.

Contraindicações e cuidados: Algumas plantas oferecem riscos à gravidez. Por isso, consulte um fitoterapeuta antes da utilização de qualquer fitoterápico.

c) Acupuntura

O que é: Uma terapia chinesa que se utiliza de finas agulhas inseridas em determinados pontos do corpo (ricos em terminações nervosas) capazes de mandar informações ao cérebro e promover a cura e o equilíbrio entre corpo e mente.

Benefícios: Durante a gravidez, a mulher sofre com uma série de alterações fisiológicas e emocionais que interferem em seu bem-estar. ‘A acupuntura tem a função de melhorar sintomas como enjoos, vômitos, mudanças de humor, dores abdominais, lombares e em membros inferiores a fim de evitar o excesso no uso de medicamentos durante a gravidez e a depressão pós-parto’, afirma Luciana Nagato, terapeuta especialista em acupuntura do Buddha Spa, em São Paulo.

Depois do parto, a acupuntura ajuda a reequilibrar a produção hormonal e indiretamente, beneficia o bebê. ‘Além de ajudar na amamentação através de um estímulo a produção de leite, ao diminuir os vômitos, a acupuntura preserva os nutrientes que vão da mãe para o bebê’, acrescenta a especialista. A acupuntura também tem atuado no combate a doenças que podem levar a infertilidade como o hipotireoidismo.

Contraindicações e cuidados: Alguns estudos apontam que, dependendo da intensidade do estímulo, a acupuntura pode induzir a partos prematuros e abortos. ‘Sendo assim, recomendamos que a gestante evite a acupuntura em pontos inferiores do abdômen, lombar e interno das pernas’, alerta Luciana.

Preço da sessão: As sessões custam em média R$122.

d) Hipnoterapia

O que é: Uma técnica baseada no relaxamento e na concentração. ‘Através dessa ferramenta, o profissional adentra o inconsciente da gestante para descobrir as melhores maneiras de ajudá-la nesse momento’, explica o terapeuta naturista José Aguinaldo.

Benefícios: A hipnoterapia ajuda a gestante a lidar com suas angústias, ansiedades e receios como, por exemplo, o medo do parto. Além disso, beneficia a mulher no momento do nascimento ao relaxar a musculatura e ajudar no controle da dor.

Contraindicações e cuidados: Não há.

e) Homeopatia

O que é: ‘É uma forma diferente de atenção à saúde que busca o equilíbrio do corpo, da mente e das emoções, valorizando o ser humano como um todo. Atua sobre o princípio de semelhança. Ou seja, todas as substâncias existentes na natureza têm a potencialidade de curar os mesmos sintomas que são capazes de produzir’, explica a médica homeopata Sandra Chaim.

Benefícios: A homeopatia é muito usada nos quadros de inchaço, ansiedade, náuseas, cãibras, azia, dores na coluna e até mesmo na hora do parto. ‘A grande vantagem é que os remédios homeopáticos podem atuar onde os alopáticos (medicina tradicional) são contraindicados’, garante Sandra. Além disso, a homeopatia não tem nenhum efeito negativo para o bebê e pode ser usado no pós-parto para aumentar a produção de leite e prevenir a depressão pós-parto.

Contraindicações e cuidados: Nenhum medicamento por mais natural que seja está livre de riscos, por isso, ‘não administre medicamentos homeopáticos sem uma completa avaliação médica’, adverte Sandra Chaim.

f) Shiatsu

O que é: Oriunda do Japão, o shiatsu é uma técnica de massagem. Assim como a acupuntura, ele ‘baseia-se na pressão dos dedos e mãos sobre pontos musculares e energéticos distribuídos em nosso corpo’, explica o terapeuta Augusto Yashiro.

Benefícios: ‘O shiatsu fortalece o sistema imunológico, diminui as dores musculares causadas pela gestação e tranquiliza a mulher durante a gravidez’, afirma o especialista. A técnica também é usada para combater o inchaço, a indigestão e a pressão alta, sintomas comuns da gravidez.

Contraindicações e cuidados: O shiatsu é contraindicado nos três primeiros meses de gestação. ‘Como o feto ainda não está totalmente seguro no útero até esse período, a técnica é desaconselhada, pois a pressão em determinados pontos pode induzir contrações uterinas e levar a abortos’, alerta o terapeuta.