Sorriso brilhante

Quem é que não resiste a um belo sorriso, capaz até de quebrar o gelo diante do mais sisudo dos mortais? Essa expressão, que geralmente embeleza e ilumina os rostos, pode surtir o efeito contrário se os dentes não estiverem em bom estado. Cuidar da saúde bucal é fundamental para cultivar não só a beleza e o bem-estar, mas até para se socializar com as pessoas. Definitivamente, cáries, mau hálito e dentes sujos ou amarelados não são um bom cartão de visitas para ninguém. Por este motivo, fazer uso de dentifrícios adequados e antissépticos é algo indispensável. Aproveite que hoje há uma variedade enorme de tipos de pastas, com cores e sabores diferentes – bem mais agradáveis que aquelas usadas muitos séculos atrás, feitas de ossos de boi, casca de ovos, pó de porcelana e tijolo.

O flúor é um fator de resistência. Ele age na superfície do dente e remineraliza o esmalte

O uso da pasta de dente é responsável por eliminar até 70% da placa bacteriana e reduz em 45% a formação de uma nova placa. No entanto, os especialistas ressaltam que é a ação mecânica, com a escova, que garante os resultados. “Não apenas o creme dental, mas a escovação é a principal forma de combater as placas bacterianas e prevenir o tártaro”, afirma o cirurgião-dentista Mário Groisman, mestre pela Universidade de Lund (Suécia) e membro da Academia Brasileira de Odontologia. Ele lembra, ainda, que o fio dental é um instrumento complementar na higienização dos dentes e também deve ser usado diariamente para a remoção dessas placas.

É com a escovação e a aplicação de dentifrícios com flúor após as refeições que afastamos também um grande vilão dos dentes: a cárie. Ao comermos, as bactérias já existentes na nossa boca quebram uma substância (sacarose) contida nos carboidratos, produzindo ácidos e originando uma queda do pH do dente. “Isso proporciona uma saída de cálcio e a conseqüente corrosão do esmalte do dente. Quando vemos o buraquinho na sua superfície, é sinal de que a cárie já está em estágio avançado”, explica Mário. Para evitar este problema, contamos com o flúor, encontrado principalmente nos cremes dentais. “O flúor é um fator de resistência. Ele age na superfície do dente e remineraliza o esmalte”, observa o dentista. Por este motivo, é importantíssimo usar produtos que contenham a substância.

Escolhendo a pasta ideal

E não pense você que “pasta de dente é tudo igual”. Quem acha isso está redondamente enganado! Se você ainda não parou para ler as embalagens, tenha mais atenção na próxima vez que for às compras. “A maioria das pastas possui flúor, mas existem algumas sem a substância, indicadas para bebês, que não devem deglutir esse material, pois correm o risco de desenvolver fluorose (excesso de flúor)”, esclarece a dentista Fernanda Freitas. E as diferenças não páram por aí: “Existem vários tipos de pastas no mercado, para atender grupos diferenciados de consumidores, como as clareadoras, usadas para manutenção de clareamento dental, removendo pigmentos externos. Há, ainda, aquelas indicadas para doenças gengivais, que possuem substâncias bactericidas, bacteriostáticas, antiinflamatórias e/ou dessensibilizantes. E existem também as pastas que unem várias substâncias, com a proposta de uma ‘ação total'”, afirma Fernanda.

Segundo os dentistas, cremes dentais que contêm bicarbonato de sódio e cálcio são abrasivos. “O objetivo principal desses produtos é limpar e deixar o dente o mais liso possível, para que menos bactérias consigam aderir nele. No entanto, essas pastas podem ser corrosivas e não costumam ser indicadas para quem possui dentes sensíveis”, adverte o cirurgião-dentista Mário Groisman. Já os cremes dentais com nitrato de potássio e cloreto de estrôncio, por exemplo, são recomendados em casos de sensibilização, pois têm efeito menos abrasivo. Seja qual for a escolha, o produto deve atender à sua necessidade. “Além disso, você deve usar uma pasta com a qual se sinta confortável, que não cause a sensação de ‘queimação’ na boca, e, claro, que tenha flúor!”, aconselha o especialista.