Sexo frágil, que nada!

por | jun 30, 2016 | Alimentação

Há alguns anos futebol e lutas podiam até ser considerados esportes só para homens. No entanto, atualmente as mulheres vêm quebrando tabus e invadindo esses antigos redutos masculinos. É por isso que o número de moças boas de bola é cada vez maior e lutas como o boxe tailandês se tornaram a última moda entre o público feminino nas academias.

“A procura por futebol feminino já é grande e ela vem crescendo cada vez mais”, destaca o ex-jogador de futebol Paulo César Pereira, atualmente professor do esporte e responsável pela Escolinha de Futebol Paulinho Pereira, no Rio de Janeiro. A professora de boxe tailandês Mirian Molinero, da Physical, no Rio de Janeiro, afirma que a procura das mulheres por aulas de luta, incluindo o boxe tailandês, também vem crescendo nos últimos anos: “Embora elas ainda sejam minoria, o número de mulheres que praticam lutas vem aumentando bastante”.

Mulheres boas de bola

Segundo o professor de futebol Paulo César, muitos são os benefícios da prática desse esporte para as meninas: “Nas aulas, as alunas queimam muitas calorias e trabalham os músculos da perna e do abdômen. E o melhor é que elas mantêm a forma sem perceber, se divertindo”, garante o professor.

A advogada Luiza Brunner, 23 anos, garante que é boa de bola. Ela conta que seu interesse pelo futebol surgiu há quase dez anos ao ver as meninas jogando no clube onde ela fazia aulas de natação. Ela acabou gostando tanto do esporte que largou a natação e joga futebol até hoje. “Fiquei viciada em futebol. Corro bastante durante o jogo, então, além de definir as pernas, dá para queimar muitas calorias em uma partida. O esporte também me deixa muito mais disposta para encarar o dia a dia”, destaca.

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Ela acrescenta que, por ter poucas amigas que também jogam futebol, acaba treinando bem menos do que gostaria: “Se pudesse, bateria uma bolinha de 3 a 4 vezes por semana, mas ultimamente só jogo aos domingos. Não é que não dê para jogar contra homens, mas não acho que seja o ideal porque eles não costumam ter noção da força física deles. Qualquer entrada mais forte machuca. Por isso, treino só com meninas”, conta Luiza, que participa, inclusive, de campeonatos de futebol feminino.

Lutas de mulheres

As artes marciais também vêm conquistando o público feminino. O professor de taekwondo Fernando Almeida, da Physical, explica que embora as mulheres, normalmente, sejam menos resistentes para atividades físicas do que os homens, no taekwondo essa diferença é pouco percebida. “No taekwondo o que prevalece é a técnica e não a força física, por isso as mulheres podem tranquilamente se dedicar a esse esporte”.

Mesmo assim, ele destaca que ainda há poucas mulheres que praticam essa luta: “A procura do público feminino é pequena, já que ainda há muito preconceito por parte das mulheres em relação às artes marciais. Isso acontece principalmente porque o taekwondo é uma luta que exige contato físico com o adversário”, destaca o professor.

No entanto, nada disso foi problema para a estudante de educação física Luane Fontes, 21 anos. “Meu interesse pelo taekwondo surgiu quando quis aprender a lutar por questão de defesa pessoal. Foi então que eu comecei a fazer aulas, e o esporte que começou como um hobby acabou virando profissão”, conta Luane, que atualmente é atleta profissional e participa de competições internacionais.

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Os benefícios desse esporte são diversos: “O taekwondo proporciona o equilíbrio perfeito entre o corpo e a mente. Todos os grupamentos musculares são exigidos durante o treino ou a luta, mas os principais músculos trabalhados são as pernas, o abdômen e o glúteo. O gasto calórico também é bastante elevado, por isso a luta também é uma ótima opção para quem quer emagrecer. Tudo isso sem sentir o esforço, tendo em vista o prazer proporcionado pelo treinamento”, garante o professor Fernando.

Luane percebeu todos esses benefícios e conta que emagreceu quase 20 quilos desde que começou a praticar o esporte: “Quando comecei a fazer aulas de taekwondo emagreci rapidamente. Além disso, como na aula treinamos muitos chutes, defini pernas, glúteos e abdômen. Além de um bom condicionamento físico, o taekwondo me deixou muito mais disciplinada, aumentou minha capacidade de concentração e diminuiu a minha ansiedade”, revela.

O boxe tailandês é outro esporte que vem atraindo um número cada vez maior de adeptas. Segundo a professora Mirian Molinero, no treino dessa luta as alunas utilizam mãos, joelhos, pernas e cotovelos.

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A professora explica que esse estilo de aula faz com que todo o corpo seja trabalhado, sem que a pessoa fique musculosa, o que, segundo ela, foi um dos motivos que fez com que o esporte virasse moda entre o público feminino. “O boxe tailandês ajuda a definir pernas, panturrilhas, abdômen, braços e costas. Mas, mesmo trabalhando todo o corpo, ele não deixa a pessoa musculosa, já que no esporte não há trabalho de hipertrofia”.

A estudante de veterinária Regina Coeli Matos é fã do boxe tailandês. Ela conta que decidiu se dedicar à luta observando as aulas na sua academia: “Ao assistir a uma aula, eu vi que se tratava e uma atividade física totalmente diferente de todas as outras às quais estava acostumada. Percebi que a aula era muito mais movimentada, sem milhares de repetições. Resolvi experimentar e acabei me apaixonando pela luta”, conta Regina.

Além de ajudar a modelar a silhueta, a professora Mirian garante que os benefícios desse esporte vão além: “Ele proporciona o bem-estar físico e emocional, diminui a ansiedade e o estresse, aumenta a autoconfiança e o autocontrole e proporciona um bom condicionamento cardiovascular”.

É por isso que ela recomenda a prática de luta por mulheres: “Ao contrário do que pensam a luta não torna as pessoas agressivas. Um esporte só se torna violento na medida em que o indivíduo o encara com violência”, garante.