O câncer de mama é muito frequente entre as mulheres. A cada ano surgem inúmeros novos casos em que algumas mulheres precisam se submeter ao procedimento traumático da mastectomia, cirurgia em que a mama precisa ser removida totalmente. Essa interferência deixa muitas mulheres para baixo e a reconstrução mamária é uma forma de devolver a elas sua autoestima, independentemente da idade.
“A mama é o símbolo da feminilidade. A ausência dela por mutilação cirúrgica traz consequências psicológicas graves”, comenta o Dr. André Eyler, cirurgião plástico, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da American Society of Plastic Surgeons. Ele conta que após o procedimento de mastectomia total, há mulheres que perdem a sensibilidade nos seios e também a chance de amamentar. “Nas segmentectomias pode haver preservação da sensibilidade na região”, diz. A reconstrução mamária é um procedimento de extrema importância para a recuperação da paciente. “Com o avanço da medicina, atualmente se obtém resultados cada vez mais aprimorados e a pessoa sente uma espécie de reintegração com seu próprio corpo. Quando as pacientes fazem esse procedimento, elas ficam mais confiantes no tratamento após o câncer”, comenta.
O Dr. André diz que, na maioria dos casos, é indicada a reconstrução mamária imediata, dependendo da agressividade do tumor. “A cirurgia pode ser feita em dois ou três tempos pela dificuldade de simetrização. Quando é possível, se faz em tempo único, na mesma cirurgia. Em uma mama muito grande, por exemplo, é melhor reduzir em um segundo tempo. Além disso, se houver alguma complicação é mais fácil de resolver”, conta.
O cirurgião plástico diz que a técnica mais recente da reconstrução mamária é a feita com expansores teciduais, seguido do uso de prótese. Nesse caso, ela é feita quando se é ossível fazer a reconstrução imediata, durante a mastectomia. A prótese é inserida abaixo do músculo grande peitoral. Há, também, a reconstrução mamária com retalhos miocutâneos de músculo grande dorsal e prótese, a mais comum de todas. Ela é bem resistente à radioterapia e pode ser realizada em reconstrução imediata ou mesmo tardia. Outra opção que o Dr. André comenta é a reconstrução com retalho miocutâneo de músculos abdominais sem implante.
O pós-operatório depende muito do tipo de cirurgia realizada. “O repouso em casa, total ou parcial, pode variar de duas a três semanas. Após a cirurgia, a paciente não deve fazer movimentos bruscos, durante um período de 15 a 20 dias, e nem esforço físico por 45 dias no mínimo, como levantar os braços acima do nível dos ombros e carregar peso”, recomenda.
Ele reforça a importância da prevenção do câncer de mama. “O diagnóstico precoce garante mais chance de cura e melhor resultado estético da cirurgia”, diz. O Dr. André indica que as mulheres consultem regulamente um ginecologista de confiança e façam os exames necessários.
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