O poder de transcender > Persistência

por | jun 30, 2016 | Alimentação

A instrutora de yoga Lúcia Rodrigues afirma que falta de persistência não deixa as pessoas sentirem os benefícios do processo de serenizar a mente. E ela completa que, neste trabalho, cada um se coloca como o observador dos próprios pensamentos, sem se deixar envolver por eles, em uma sucessão ininterrupta de associações de pensamentos.

Há diversas metodologias utilizadas. Mas só o mestre Osho ensinou a seus discípulos mais de cem técnicas de meditações, dentre elas, a Dinâmica, a Kundalini, a Aum e a Veeresh, as quais são iniciadas com muito movimento e catarse, chacoalhar, respirar caoticamente e fazer ruídos. Todas elas ajudam a atravessar o primeiro estágio e colocam o praticante sobre seus próprios pés. Lúcia ainda sugere que, inicialmente, se medite com outras pessoas para evitar frustrações e erros repetitivos. E adverte para os possíveis efeitos colaterais iniciais da prática, como enjôos, vômitos e contato com fortes emoções. A meditação não deve ser encarada apenas como um modo de curar ou estabelecer a homeostase no corpo, pontua. “A prática possui grande poder de resgatar nas pessoas a espiritualidade, ampliando seu nível de consciência”, afirma.

Acalmar a respiração favorece muito a serenização das ondas cerebrais. O corpo preparado pelas práticas de yoga torna a postura perfeita para se meditar

Muitas pessoas, acredita Lúcia, são meditadoras natas, sem nunca terem aprendido. E ela esclarece que meditar faz parte do processo de introspecção e interiorização humano. “Na realidade, meditar não é algo que se ensina, mas que passamos são técnicas que favorecem aquietar a mente para possibilitar a meditação. Muitos já estão prontos para meditar, mas muitos ainda nem sequer perceberam as reações de suas mentes”, diz ela.

Postura física

Há milhares de anos, os yogues desenvolveram práticas físicas que facilitavam esse silenciar da mente. “As posturas de yoga são psíco-físicas”, explica a instrutora de yoga Lúcia Rodrigues. Por isso, atuam diretamente no sistema nervoso, criando um estado mais harmonioso de mente e corpo para a meditação. “Além de tudo, as posturas preparam o praticante no equilíbrio da energia vital, através da respiração, pois se a respiração está agitada, a mente acompanha. Acalmar a respiração favorece muito a serenização das ondas cerebrais. O corpo preparado pelas práticas de yoga torna a postura perfeita para se meditar”, destaca ela.

O professor de Yoga Antônio Tigre acredita que facilita na hora da meditação procurar visualizar a respiração ao longo da coluna vertebral, que é o canal energético onde existem os sete principais chackras do corpo humano. “Associe a respiração a um mantra dado por um mestre iluminado. Depois foque unicamente no mantra e na respiração, assim você vivencia o momento presente, esquece o passado e o futuro. Você pode praticar a meditação estando sentada, deitada, caminhando ou até dançando. O que importa é o foco da mente no momento presente”, afirma.

Efeitos para mente e coração

E se você é do tipo que nunca nem pensou em usufruir de tudo isso, apavorado só de pensar na combinação ‘cheiro de incenso mais música instrumental’, tem tudo para mudar de idéia. Existem técnicas para todos os tipos de perfil: dá para meditar de olho aberto, vendo uma imagem bonita, entoando mantras ou simplesmente em silêncio, num lugar calmo. Mais animado a começar? Então espere só para ver quantas boas mudanças esse exercício pode trazer ao seu organismo. Pesquisas realizadas pela Universidade de Harvard e pela Universidade da Califórnia constataram que meditar ajuda a diminuir o risco de infarto e derrame cerebral; reforça o sistema imunológico; aplaca emoções negativas, como o medo e a raiva; aumenta a produção de hormônios calmantes e reduz o nível de cortisol, hormônio desencadeador do estresse; auxilia a liberação de endorfina, um forte tranqüilizante que provoca a sensação de alegria e de bem-estar; alivia a insônia e deixa a memória mais afiada.

O tempo para sentir todas essas melhoras varia de uma pessoa a outra e tem pouca relação com a duração da prática. “O que conta é a firmeza de propósito, a disciplina e a regularidade para criar o hábito”, explica Lúcia Rodrigues. E é isso mesmo. Pois, segundo Lúcia, a meditação é a ginástica da mente, com a vantagem de que bastam 15 minutinhos diários para desencadear as mudanças na vida dos praticantes.